01 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
19/03/2019

Racismo e discurso de ódio motivaram ataque terrorista na Nova Zelândia

Foto: Reprodução

Homem que reivindica o atentado deixou rastros na internet com menções a ataques a muçulmanos e a outros terroristas de extrema-direita

Registros na internet e inscrições na arma usada para atirar e matar dezenas de pessoas em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, caracterizam o ataque como terrorismo de extrema-direita, motivado por xenofobia, discurso de ódio e islamofobia.


Em fotos postadas pelo homem que reivindica o ataque em redes sociais, é possível ler o nome de diversas lideranças ligadas a organizações e ideologias de extrema-direita.


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Em uma delas, é possível ler a inscrição "14s", uma menção conhecida entre grupos de extrema-direita. Quatorze é o número de palavras do que é considerado um "discurso fundador" para os supremacistas brancos, de autoria de David Lane, ex-membro da Ku Klux Klan e fundador de uma organização racista dos EUA chamada The Order (A Ordem), responsável por vários ataques no país.


Lane, que foi preso por conspiração e violação de direitos civis por conexões com o assassinato de um radialista judeu em 1984, diz nestas 14 palavras que é dever dos supremacistas "garantir a existencia da nossa raça e o futuro das crianças brancas".


Nas inscrições, também há referências diversas a massacres de muçulmanos, de ataques recentes a batalhas históricas como "Viena 1683", um combate entre forças austríaco-polonesa-alemãs e do Império Otomano naquele ano que deixou 15 mil mortos do lado.

 


Vídeo mostra armas com mesmas inscrições (Foto: Social Media Website / Reuters)


No vídeo transmitido ao vivo pela internet pelo terrorista, é possível perceber que as armas usadas estão cobertas de inscrições em branco que coincidem com as imagens postadas nas redes antes do ataque.


Manifesto cita outros terroristas como inspiração


Em um auto-declarado manifesto deixado nas redes, em mais de 80 páginas, o homem que reivindica o atentado afirma ter planejado o ataque sozinho e não estar ligado a nenhum grupo ou organização.


Ele também faz referências a dezenas de personalidades ligadas a organizações ultra-nacionalistas e políticos de extrema-direita e cita como inspiração dois responsáveis por ataques terroristas supremacistas na história recente.


Um deles é Dylann Roof, supremacista branco e terrorista confesso, responsável pela morte de 9 pessoas na Igreja Metodista Africana Emanuel em Charleston, na Carolina do Sul (EUA). Roof afirmou que cometeu o ataque para iniciar uma guerra racial nos EUA.

 

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O desejo de iniciar uma guerra racial também aparece em outros momentos do chamado manifesto, que ainda menciona o ataque como o início de uma grande substituição de muçulmanos e outras minorias por brancos.


Outra das "inspirações" do homem que reivindica o ataque na Nova Zelândia é o terrorista de extrema-direita norueguês Anders Behring Breivik. Ele é autor confesso de dois ataques que tinham como foco membros do Partido Trabalhista da Nouega e que resultaram na morte de 77 pessoas em 2011.

 

R7

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