29 de Abril de 2024 - Ano 10
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15/01/2017

Rede 4G de telefonia móvel vai ultrapassar a 3G este ano

Foto: Reprodução

Cerca de 65% dos municípios com internet de alta velocidade só têm uma tele

Lançada há quatro anos no Brasil para a Copa do Mundo, a tecnologia 4G da telefonia móvel deve ultrapassar o número de linhas 3G até o fim deste ano ainda concentrada nas maiores cidades do país e com pouca competição. De acordo com dados da consultoria Teleco, a expectativa é chegar em dezembro com mais de 90 milhões de chips trafegando na rede que permite ver vídeos em alta velocidade.

 

O número de linhas vai praticamente dobrar, já que hoje há 56 milhões de usuários 4G. Por outro lado, a rede 3G vai perder força, caindo dos atuais 124 milhões para menos de 90 milhões.

 

Mas, mesmo com avanço no número de usuários 4G no Brasil - impulsionado ainda pelo fato de que a maioria das empresas vende apenas chip 4G na hora da renovação do plano ou troca do aparelho -, 4.093 dos 5.570 municípios não contam com a tecnologia. Dos 1.477 municípios que já oferecem celulares habilitados em 4G, 65% (963 cidades) têm apenas uma das cinco operadoras, de acordo com dados compilados pela Teleco a pedido do Globo.

 

— Todas as cidades com mais de cem mil habitantes têm as quatro operadoras, que é onde está a maior parte da população. E quando se vai para municípios menores, cada operadora montou sua estratégia. A tendência é que a cobertura aumente neste ano — diz Eduardo Tude, sócio da Teleco.

 


Mas a qualidade do serviço também é criticada, sobretudo com a crise econômica, que fez as empresas cortarem investimentos. Um analista, que prefere não se identificar, lembra que uma das maiores operadoras do país instalou hotspot (equipamento que oferece serviço Wi-Fi, com cobertura geográfica restrita) em mais de 60 cidades e falou que tinha rede 4G:

 

— Ou seja, só tinha 4G em alguns quarteirões das cidades. Mas na propaganda tudo funciona bem. A crise fez muitas empresas adiarem os investimentos.

 

Assim, Vivo, Oi, Claro, Tim e Nextel só competem juntas em 4G em apenas 11 cidades - todas do Rio de Janeiro. As quatro maiores empresas só estão juntas em 262 cidades - 17,7% dos locais com 4G. Em geral, são as capitais e cidades das regiões Sudeste e Sul. Segundo o analista Virgilio Freire, a demanda por 4G cresce num momento em que os investimentos estão em queda. Isso, disse, vai exigir maior atenção dos órgãos reguladores.


— Os investimentos do setor caíram no ano passado mais de 20%. O 3G já tem uma série de problemas, e o 4G está indo para o mesmo caminho, focado em cidades de maior renda. Por enquanto, a inclusão deve ocorrer só em alguns anos- destacou o especialista.

 

Onde está implantado, a procura por 4G só cresce. Na Vivo, por exemplo, o tráfego da rede 4G ultrapassou a de 3G em dezembro do ano passado. A companhia, líder na tecnologia no país, pretende aumentar o número de cidades neste ano. Rodrigo Dienstmann, diretor de Operações da Telefônica Vivo, destaca que a escolha das cidades para receber 4G ocorre onde a empresa percebe que há aparelhos 4G trafegando em rede 3G:

 

— Com base nisso, levamos a rede 4G. Existe uma correlação da rede 4G com a renda. Queremos em 2017 ampliar o número de cidades menores, com população abaixo de cem mil habitantes. A rede 4G representará mais da metade dos nossos investimentos.

 

De olho na melhoria da qualidade e no aumento do volume de dados 4G - só o Rio teve avanço de 140% entre janeiro de 2016 e 2017 - , a Vivo está reaproveitando a frequência da antiga rede 2G e direcionando para a 4G. Dienstmann destacou que a rede 2G, por estar em frequência mais baixa, tem raio de cobertura maior que a 4G. Estratégia semelhante tem a Oi. Roberto Guenzburger, diretor de Produtos de Mobilidade e Conteúdo, destaca que a tele quer aumentar em três vezes o número de cidades com 4G até o fim do ano. E mais de 50% desses novos municípios que passarão a contar com 4G vão operar na frequência da rede 2G.

 

— É um ganha-ganha. Vamos, com isso, melhorar a cobertura pois o alcance é melhor. Isso permite uma economia, pois não precisamos colocar a mesma quantidade de antenas, já que na 4G, por ter frequência alta, o alcance é menor. A migração de 3G para 4G poderia ser maior não fosse a crise, que aumentou os preços dos aparelhos — afirmou Guenzburger.

 

A Nextel, que oferece 4G em 11 cidades do Rio com rede própria, vai lançar seu serviço em São Paulo. O número de antenas instaladas, diz Jorge Braga, vice-presidente de Operações da Nextel, chega a 300 unidades. Segundo ele, a rede está sendo instalada onde há maior consumo de dados:

 

— Nossa estratégia é focar em Rio e São Paulo. Estamos colocando 4G onde há mais renda.

 

A Claro também vem concentrando os investimentos de rede em 4G. Márcio Carvalho, diretor de Marketing da América Móvil para o Mercado Pessoal, diz que a intensidade dos investimentos vai depender da economia e do volume de clientes.


— Mas estamos otimistas, com foco em ampliação de cobertura. O perfil de consumo de 4G se assemelha a uma pessoa com internet banda larga fixa.

 

De olho na economia, a TIM também passou a fazer mais por menos. Leonardo Capdeville, diretor de Tecnologia da tele, quer praticamente dobrar o número de cidades 4G até o fim deste ano dentro de um plano de investimento trianual (R$ 12,5 bilhões), que apresentou redução em relação ao plano anterior (R$ 14 bilhões):

 

— Passamos a racionalizar os nossos investimentos. O desafio é ampliar a capacidade da rede de transporte nas cidades. O volume de dados 4G já é maior que o de 3G.

 

Agência O Globo

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