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Mulher
20/09/2017

Suplementação à base de cálcio ajuda a prevenir complicações na gravidez. CONFIRA!

Foto: Divulgação

Os resultados parciais demonstram que o peso das gestantes é semelhante aos dados da pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2015, em que 50% das mulheres na fase adulta

A suplementação à base de cálcio, em baixas doses, está se mostrando um forte aliado na prevenção da pré-eclâmpsia.

 

A doença surge durante a gestação, em algumas mulheres, e acontece quando a pressão sobe subitamente, a ponto de provocar edema cerebral, convulsão e levar a mulher ao coma, se não houver tratamento.


Na gravidez as mulheres têm três vezes mais chances de desenvolver a pré-eclâmpsia se for adolescente, primeira gestação, apresentar ganho de peso em excesso ou idade acima de 35 anos.

 

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Os sintomas principais são: dor de cabeça constante na nuca, oscilação da pressão arterial (sobe e desce), dor de cabeça, pés e mãos inchados e dor no estômago. Se a gestante apresentar esses sintomas tem que fazer o exame de urina, que é o primeiro passo, para verificar a proteinúria (presença de proteína na urina). O exame pode ser realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) por meio do teste rápido.

 

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Prevenção

 

 

A pesquisa desenvolvida com apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) no âmbito do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUs) analisa a efetividade de ações para prevenção da pré-eclâmpsia.


O projeto começou em 2014 com previsão de término em 2017. O trabalho vem sendo realizado dentro da proposta da Rede Cegonha em Manaus.

 

 

A pesquisa conta com uma amostra de 1020 mulheres com idade a partir de 12 anos, as quais recebem acompanhamento a partir da 16ª semana de gestação, ou seja, a partir do quarto mês, quando é feito as coletas, intervenções e orientações necessárias.


O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e cadastrado no banco de dados de registros e resultados de estudos clínicos com humanos, plataforma Clinical Trial.gov. O estudo é o maior do Brasil, os resultados estão sendo esperados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Falta de diretrizes

 

Segundo a pesquisadora Celsa Souza, a OMS recomenda o consumo de 900 a 1500mg/dia de suplementação de cálcio para populações com dietas pobres em Ca, porém ainda não existem diretrizes do Ministério da Saúde sobre esta questão.

 

Fotos: Reprodução

 

Esta prática não está implementada em nosso meio devido a diversos fatores. Em Manaus, as mulheres em idade fértil, em média, consomem 490mg/dia, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada em 2009.


Celsa disse que o cálcio é um dilatador, a suplementação de cálcio, em baixas doses, é capaz de dilatar essa artéria, consequentemente, ajuda a prevenir a pré-eclâmpsia. Entretanto, a grávida uma vez acometida com a síndrome só é possível fazer o tratamento para não evolução da doença, que tem vários estágios.


“Por isso que é possível contribuir com a redução do índice de pré-eclâmpsia, se o consumo de cálcio atingir o mínimo de 900mg/dia de cálcio por essas mulheres”, diz a pesquisadora.


Estágios

 

Doutoranda do curso de Medicina Interna e Terapêutica/ Saúde Baseada em Evidências/Escola de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a pesquisadora disse que com o estudo espera-se diminuir em até 50% o índice de mulheres com pré-eclâmpsia, e informou que a OMS já validou o instrumento e a pesquisa.


“No final desse estudo vamos verificar a efetividade ou não da suplementação, poderemos dizer se 500mg é suficiente para as gestantes. O estudo tem vários estágios, desde a Unidade Básica de Saúde (UBS) até a maternidade. Existe o acompanhamento da grávida na UBS, depois analisamos o desfecho dela na maternidade por meio dos prontuários.

 

O nosso projeto é um ensaio clínico cluster em 10 UBS em diferentes zonas distritais de saúde conforme o tamanho populacional de cada área. Em cada distrito de saúde nós temos no mínimo duas unidades com intuito de verificar a efetividade da prática educativa e a suplementação”, contou a pesquisadora.


Funcionamento do projeto

 

Dentro da proposta da Rede Cegonha, os membros da pesquisa em parceira com os profissionais das UBS, realizam ações educativas com diversos temas direcionados a prevenção de pré-eclâmpsia com os grupos de grávidas que realizam o pré-natal, normalmente.

 

A nova caderneta da gestante mostra que a grávida tem que fazer pelo menos três atividades educativas com o objetivo de diminuir os índices de mortalidade.


Na pesquisa existem dois grupos de trabalhos; um recebe as ações educativas para o consumo de alimentos com fontes de cálcio, alimentação saudável e a orientação para controlar o ganho de peso em excesso. O outro grupo recebe a suplementação com 500mg de cálcio em formato de pastilhas e mais as ações educativas propostas dentro da Rede Cegonha.


“Vários temas com metodologias padronizadas são abordados para que todas as grávidas possam acompanhar e entender, tais como: os dez passos para uma alimentação saúde na gravidez e o ganho de peso; os sintomas e riscos da pré-eclâmpsia; alimentos fontes de cálcio e outros nutrientes que podem ser encontrados na nossa região”, diz a pesquisadora.


Resultados parciais – Segundo Celsa os resultados parciais do projeto demonstram que o peso das gestantes que iniciaram a pesquisa é semelhante aos dados da pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2015, em que 50% das mulheres na fase adulta estão acima do peso em Manaus.

 

O risco disso é que a mulher que engravida obesa, por exemplo, tem cinco vezes mais chance de desenvolver uma síndrome hipertensiva, como a pré-eclâmpsia, segundo estudos de revisões sistemáticas, realizado em 2016.


“Hoje, quando suplementamos 1g de cálcio, a grávida começa a ter vários sintomas, como enjoo, constipação muito intensa, com isso muitas grávidas deixam de consumir. O que nós estamos verificando, que com uma dosagem menor, junto com a orientação nutricional e práticas educativas, ela consegue essa dosagem de 1000mg ao longo do dia. A suplementação é em pastilhas que a gestante deve consumir antes de dormir.

 

As gestantes que realizam o pré-natal nas unidades básicas randomizadas no estudo recebem uma caixinha com a suplementação. A pastilha é manipulada, nós fomos buscar uma forma para que ela consumisse e não apresentasse tanta alteração gastrointestinal, porque no período da gravidez ela fica mais sensível e tem várias alterações gastrointestinais, nosso intuito é que a grávida não enjoe por isso a pastilha tem o sabor de menta”, contou.


O projeto é desenvolvido com apoio da Fapeam em parceria com o Ministério da Saúde, OMS, Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Unifesp.


“Se não tivesse o apoio da Fapeam essa pesquisa teria dificuldade para ser executada, pois os insumos como a suplementação apresentam custos altos diante da amostra necessária para desenvolver um ensaio clínico dessa dimensão.

 

A ideia é que a proposta possa futuramente ser utilizada no Sistema Único de Saúde. A fórmula da pastilha de cálcio é uma ideia da OMS com a contribuição da doutora Maria Regina Torloni e Ana Pilar, que são especialistas em síndromes hipertensivas, uma do Brasil e a outra de Genebra. Nesse projeto nós temos um doutorado, uma especialização e dois Pibics. Temos estudantes de Medicina, Enfermagem, Educação Física e nutrição”, conta a pesquisadora.

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