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16/08/2017

Trump culpa esquerda radical por violência de extremistas de direita

Foto: AP Photo / Pablo Martinez Monsivais

Após criticar ação de neonazistas, Trump fez pronunciamento dizendo que "havia pessoas muito boas" entre os manifestantes de Charlottesville

Donald Trump disse nesta terça-feira, 15, que havia pessoas “muito boas” entre os extremistas de direita que marcharam em Charlottesville no fim de semana, que nem todos eram neonazistas ou supremacistas brancos e o grupo foi vítima de ataques de radicais da esquerda.

 

O presidente também equiparou George Washington, o primeiro presidente dos EUA, e Robert Lee, o general que liderou as forças separatistas do Sul na Guerra Civil (1861-1865).

 

As declarações chocaram analistas políticos e integrantes dos partidos Democrata e Republicano, mas foram elogiadas por líderes de movimentos neonazista e defensores da supremacia branca. Até a conservadora Fox News qualificou a entrevista coletiva do presidente de “espantosa”. 

 

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A marcha em Charlottesville tinha o nome “Unir a Direita” e foi organizada por grupos extremistas, entre os quais supremacistas brancos, neonazistas e a Ku Klux Klan (KKK).

 

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Alguns participantes carregavam bandeiras com a suástica, outros levavam a bandeira dos confederados do Sul que se opunham ao fim da escravidão na Guerra Civil.

 

Muitos estavam armados com pistolas, fuzis e tacos de beisebol. Entre seus gritos de guerra estavam “Você não vai tomar o meu lugar” e “Judeus não vão tomar o meu lugar”.

 

O historiador Julian Zelizer, professor da Universidade de Princeton, disse que Trump “mostrou suas cartas” com as declarações de hoje. Em sua opinião, o presidente defendeu os extremistas e entrou em rota de colisão com os princípios professados pela maioria dos americanos atualmente.

 

 

 

Muitos comentaristas ressaltaram que condenar o racismo e o neonazismo estão entre as posições menos controvertidas que um presidente dos EUA pode adotar. O deputado republicano Will Hurd, do Texas, afirmou que ninguém deveria ter dúvida sobre a posição do “líder do mundo livre” em relação a racismo e antissemitismo.

 

O senador Marco Rubio, também republicano, retuitou mensagem que havia postado no sábado, na qual defendeu que o presidente descrevesse os eventos de Charlottesville pelo que eles eram: “um ataque terrorista de supremacistas brancos”.

 

Ex-líder da KKK David Duke apoiou as declarações de hoje. “Obrigado, presidente Trump, por sua honestidade e coragem em dizer a verdade sobre Charlottesville e condenar os terroristas de esquerda”, escreveu no Twitter. Richard Spencer, um dos organizadores da marcha “Unir a Direita” disse que as declarações de hoje de Trump foram “justas”.

 

No sábado, o presidente foi criticado por não condenar nenhum grupo extremista em sua primeira manifestação sobre Charlottesville e por dizer que “muitos lados” foram responsáveis pela violência que deixou 1 morto e 34 feridos.

 

Sob pressão, ele leu uma declaração sobre o assunto na segunda-feira, afirmando que neonazistas, supremacistas brancos e a KKK eram “repugnantes”.

 

Hoje, falando de maneira espontânea, o presidente radicalizou o tom que havia adotado no sábado. “E a alt-left que avançou sobre, como você diz, a alt-right?”, respondeu o presidente a uma pergunta. Alt-right é a abreviação de “direita alternativa”, o nome adotado por líderes extremistas para se referir a seus movimentos. Um de seus principais representantes é Steve Bannon, estrategista-chefe de Trump.

 

O presidente rejeitou dizer se o motorista neonazista que avançou sobre um grupo de manifestantes pacíficos, matando uma ativista, cometeu um ato de terrorismo doméstico.

 

Segundo o presidente, parte dos manifestantes que estava em Charlottesville só queria protestar contra a remoção da estátua do general Lee de uma praça. “Nesta semana é Robert Lee”, afirmou Trump. “Eu me pergunto: será que George Washington será o próximo?”

 

Quando um repórter disse que não se podia comparar os dois personagens históricos, Trump respondeu “George Washington era proprietário de escravos.”

 

Responsável por questões éticas na Casa Branca durante o governo de George W. Bush, o jurista Richard Painter sintetizou inúmeros comentários semelhantes deixados no Twitter: “George Washington não cometeu traição nem iniciou uma guerra contra os EUA.”

 

Foto: Reprodução 

 

Estadão 

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