18 de Junho de 2024 - Ano 10
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Política
29/10/2020

'Guerra de tuítes' causa novo racha na base de Bolsonaro. VEJA

Foto: Reprodução

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Os bastidores de Brasília dão conta de que até mesmo o presidente Jair Bolsonaro, usuário ferrenho das redes sociais como ferramenta para criticar seus inimigos políticos, tem se surpreendido e, em alguns momentos, se incomodado com a "briga de pátio de escola" que integrantes de seu governo têm promovido no Twitter.

 

Na semana passada, Bolsonaro se reuniu com seus ministros e mandou um recado geral, mas endereçado especialmente a Ricardo Salles, pedindo ao titular da pasta do Meio Ambiente que passe a "lavar a roupa suja internamente". Bolsonaro foi além. Disse aos seus comandados da Esplanada dos Ministérios que parassem de dar informações em "off" a jornalistas, ou seja, notícias extraoficiais, e que passassem a se comunicar apenas de forma institucional e oficial, como se isso algum dia tivesse existido em Brasília ou fosse possível de ser controlado. Minutos depois, esse mesmo pedido do presidente foi repassado à imprensa, logo depois, em off.

 

O comportamento de Salles não encontra paralelo na gestão que o ministro impõe à sua pasta. Salles, que hoje protagoniza a "rinha digital", foi um dos ministros que passaram a fazer um controle cada vez mais rígido de informações. Nada sai do Ministério do Meio Ambiente e seus órgãos coligados - Ibama e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) - sem sua autorização. Estes últimos perderam suas assessorias de imprensa, seus funcionários foram informados que não podiam mais falar com jornalistas e que tudo o que tivessem de publicar deveria, antes, passar pelo crivo da pasta.

 

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Tweet de Eduardo Bolsonaro

 

Essa lei da mordaça, na prática, está em vigor até hoje, além do clima de "caça às bruxas" entre os servidores, para identificar aqueles que vazariam informações à imprensa. Esse rigor, porém, cai por terra quando o ministro tem à sua frente o campo aberto e de efeito imediato oferecido pela internet.

 

Foi o que ocorreu uma semana atrás, no dia 22, quando Salles foi ao Twitter para chamar o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, de "Maria Fofoca". O ataque direto ocorreu na esteira de uma nota publicada pelo jornal O Globo, afirmando que Salles estava "esticando a corda" com militares do governo. Acontece que a nota sequer citava o Ramos ou qualquer outro membro do governo. A menção só serviu para dar publicidade a um embate que já ocorria há meses em Brasília, entre a ala militar e a ala ideológica do governo.

 

Salles, que ganhou apoio público de Eduardo Bolsonaro e outros aliados do governo na ocasião, manteve o tom e não pediu desculpas a Ramos. Coube, então, ao general, angariar apoios. Dois dias depois, após conversa com Ramos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi ao Twitter e disparou: "Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo".

 

Cópia de tuíte de Ricardo Salles, que depois foi apagado

Fotos: Reproduções

 

Bolsonaro, experiente nos ataques virtuais, achou que a temperatura estava alta demais, entrou em cena para dizer que não estava gostando da briga e pediu que os ministros dessem o assunto por encerrado. Assim foi feito, até a noite desta quinta-feira, 28.

 

Quatro dias depois de Maia ter atacado Salles, o perfil do ministro traz o contra-ataque de "Nhonho", referindo-se ao personagem da série mexicana "Chaves". A publicação permaneceu ativa durante uma noite inteira e se espalhou por toda a internet. Só na manhã desta quinta-feira, 29, é que Salles resolveu retirar a publicação do ar.

 

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