Registros compartilhados por irmã da vítima mostram que, desde 2019, Karen já enfrentava problemas com o marido Clodoaldo Queiroz
"Para o meu grande amor". A frase inicia uma carta de 2019 escrita por Clodoaldo Queiroz de Oliveira, de 41 anos, para Karen Mancini, de 39. Nela, o homem, conhecido por Gustavo, pedia desculpas à mulher, com quem viveu um relacionamento de cinco anos, por tê-la magoado, feito chorar e por "às vezes ter sido estúpido e ignorante". Clodoaldo está preso desde segunda-feira, suspeito de ter matado Karen.
Na carta, divulgada por Caroline Mancini, irmã da vítima, há também um trecho que menciona um mau comportamento de Clodoaldo com a esposa. Ele pede desculpas por "ter sido fraco" em relação a uma atitude que magoou Karen. Em outra carta, também de 2019, Clodoaldo reforça que Karen só poderá ser dele: "Eu quero ter você só para mim".
Caroline conta que Karen era dependente emocional de Clodoaldo, que dava sete comprimidos de medicação tarja preta por dia a ela, sempre misturados com álcool. Enquanto ela estaria desacordada, ele aproveitava para sair e se divertir com amigos.
Veja também
Ministério da Justiça cobra da Gol explicações sobre morte de cachorro em voo
À polícia, Caroline também contou que tanto ela quanto amigos de Karen tentaram intervir no relacionamento diversas vezes. Contudo, a vítima entrava em negação quanto a má índole do marido, acreditando que ele só era agressivo devido à dependência química.
Foto: Reprodução
Karen relutava muito em acreditar que o Clodoaldo não era boa pessoa. Para ela, é como se ele só fosse agressivo sob o efeito de drogas. Falar mal dele era comprar uma briga com ela, que sempre acreditava que ele iria melhorar. Havia muita manipulação da parte dele, que, de certa forma, resolveu se encostar na minha irmã e foi matando ela aos poucos. Primeiro, afastando-a de todos os amigos.
Karen foi encontrada morta no sábado por policiais militares, em Luminar, Nova Friburgo. O mandado de prisão contra o marido dela, Clodoaldo Queiroz, conhecido como Gustavo, foi emitido às 18h de domingo, quando o laudo de necrópsia apontou que Karen havia sido assassinada. Ele foi localizado por policiais militares na manhã de segunda-feira, em um ônibus com destino ao Rio. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Friburgo.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatApp, Canal e Telegram
No Facebook, a irmã Caroline Mancini fez um relato sobre o feminicídio. Segundo ela, no último sábado, agentes da Polícia Militar de Nova Friburgo entraram em contato para avisar sobre a morte de Karen. O caso foi considerado suspeito, principalmente porque o rosto dela estava "muito machucado".
Fonte: Jornal Extra