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Internacional
12/11/2020

Biden marca cúpulas com líderes estrangeiros, e vozes republicanas já se colocam contra Trump

Foto: Reprodução

Presidente eleito conversa com pares asiáticos e anuncia chefe de Gabinete; aumentam vozes dissonantes dentro do Partido Republicano, que instam o presidente a reconhecer sua derrota

  Cinco dias após Joe Biden ser confirmado como o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e seus aliados no Congresso ainda não dão sinais de que pretendem reconhecer a derrota, mas começam a surgir fissuras importantes entre os dirigentes republicanos. Enquanto isso, o democrata leva em frente a transição, anunciando nomes de sua equipe e marcando cúpulas com líderes internacionais.

 

Mesmo sem as verbas destinadas para a transição, bloqueadas por Trump, sem os briefings diários de Inteligência a que tem direito como presidente eleito e sem acesso à infraestrutura do Departamento de Estado para conversar com outros chefes de governo, Biden o faz por meios próprios. Na quarta-feira, o presidente eleito recebeu telefonemas de Yoshihide Suga, premier do Japão; Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul; e Scott Morrison, premier australiano — alguns dos aliados mais próximos dos EUA e parceiros-chave no Pacífico.

 

Nas três ligações, buscou-se reforçar a aliança entre os países e o trabalho conjunto no âmbito ambiental, na resposta à pandemia da Covid-19 e na segurança — algo importante para o trio diante da crescente influência chinesa no Pacífico. Foram anunciados ainda planos para cúpulas com o Japão e com a Coreia do Sul para logo após a posse do democrata, em 20 de janeiro. Desde sua vitória, o presidente eleito já conversou com líderes de diversos países aliados, como a França, o Canadá e o Reino Unido. Vladimir Putine Xi Jinping, no entanto, ainda não parabenizaram o presidente eleito, assim como o presidente Jair Bolsonaro.

 

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Na manhã desta quinta, Biden, que é católico, conversou com o Papa Francisco. Durante o telefonema, falaram sobre o cuidado com os pobres e marginalizados, a crise climática e a integração de imigrantes e refugiados. Em 2016, após a morte do filho do presidente eleito, Beau, o Pontífice o recebeu no Vaticano.

 

O democrata também anunciou que Ron Klain, um importante e experiente nome do Partido Democrata, será seu chefe de Gabinete. Ele é, há anos, um dos conselheiros mais próximos de Biden e foi seu chefe de Gabinete enquanto esteve na Vice-Presidência. Em 2014, o advogado foi responsável pela resposta da gestão de Barack Obama à crise do ebola. Segundo o New York Times, outros nomes da alta cúpula do novo governo só deverão ser divulgados mais para o final do mês.

 

“Sua experiência profunda e variada, e a capacidade de trabalhar com pessoas em todo o espectro político é precisamente o que eu preciso em um chefe de Gabinete da Casa Branca, enquanto confrontamos este momento de crise e unimos novamente nosso país”, disse em comunicado o presidente eleito, que ganhou não só no Colégio Eleitoral segundo projeções da mídia americana a partir de apurações estaduais, como acumula uma vantagem superior a 5 milhões no voto popular.


A cruzada judicial de Trump continua a ter apoio majoritário dentro do Partido Republicano, especialmente no Congresso — até o momento, apenas quatro senadores republicanos parabenizaram Biden —, mas o número de lideranças do partido que instam o presidente a reconhecer sua derrota cresce. Juntaram-se aos críticos habituais, como os senadores Mitt Romney e Susan Collins, o governador de Ohio, Mike DeWine, e Karl Rove, importante operador partidário que atuou como conselheiro de campanha do presidente.

 

Ao menos uma dezena de senadores republicanos, entre eles Lindsey Graham, grande aliado de Trump, já sugeriu também que Biden tenha acesso aos briefings de Inteligência. Um deles, James Lankford, chegou a sugerir que poderia intervir pessoalmente caso isto não ocorra até sexta. Um dos maiores aliados de Trump, o presidente do Senado, Mitch McConnell, se recusou a comentar o assunto.

 

Sem quaisquer evidências de irregularidade, os republicanos lançam mão de uma cruzada judicial e uma campanha de desinformação para pôr em xeque a lisura do pleito. O Departamento de Justiça permitiu a abertura de inquéritos federais para investigar supostas irregularidades sobre as quais não há comprovação. Buscando apoio militar, Trump demitiu o ministro da Defesa, Mark Esper, e pôs aliados na cúpula do Pentágono e do setor de inteligência.Suas tentativas de forçar recontagens nos estados-chave também são questionadas, já que a margem da vitória do democrata é considerada segura.. Em um artigo para o Wall Street Journal, Karl Rove reconhece que é improvável que isso altere o resultado em qualquer estado "e, certamente, não será suficiente para mudar o resultado final".

 

A atitude do presidente é sem precedentes na História recente americana, sendo comparada por historiadores à decisão dos estados do Sul, escravagistas, de não aceitar a vitória de Abraham Lincoln em 1860, dando início à guerra civil.

 

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— É uma das ameaças mais graves à democracia — disse ao New York Times Ryan Enos, cientista social de Harvard. — O resultado da eleição é evidente e, ainda assim, o incumbente está criando ambiguidade baseando-se em acusações sem provas.

 

O Globo

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