Daniel Cortés, namorada do atacante Sebastian Villa, acusa jogador de violência de gênero
Os seguidos casos de violência de gênero no futebol argentino levaram alguns dos principais clubes do país a criar um protocolo especial para defender as mulheres que tenham alguma ligação com o esporte, desde namoradas e esposas de jogadores até funcionárias e torcedoras dos times.
- Têm questões que enfrentamos sempre e que tem a ver com a invisibilização da violência. Então, todas as mulheres que estão nas arquibancadas, em qualquer arquibancada, considero que somos sobreviventes da violência - explica Mercedes Palazzo, integrante do Feminismo Xeneize e Agrupación Nuevo Boca.
- Se uma jornalista ou uma repórter cinematográfica está no ambiente do Boca, este protocolo tem que protegê-la. Em todas as atividades ligadas ao clube. Sócias, esposas de jogadores, dirigentes, empregadas do clube. É preciso garantir que todas estejam livres de qualquer tipo de violência - completou.
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Nos últimos seis anos, 14 jogadores do futebol argentino foram denunciados por violência contra mulheres. Entre eles Ricardo Centurión, ex-São Paulo; Jonathan Cristaldo, ex-Palmeiras; Sebastian Villa, Agustín Rossi e Alexis Zárate, condenado em 2017 por estupro e preso mês passado, após perder o recurso.
O Vélez Sarsfield foi o primeiro clube da Argentina a ter um departamento exclusivo de combate à violência contra a mulher. Desde 2018, o clube conta com um protocolo especial para tratar do assunto.
- A base é a prevenção. Para a prevenção é fundamental educar. Essa é a única forma para mudar culturalmente esta pandemia que temos, que são os feminicídios - disse a diretora do departamento de violência de gênero do Velez, Paula Ojeda.
Foto: Raphael Sibilla
O projeto cresceu no início deste ano, quando o Vélez anunciou que todos os novos contratos com jogadores profissionais passariam a ter uma cláusula que permite a rescisão unilateral pelo clube, sem custos, em caso de violência de gênero.
Essa medida foi tomada após a contratação do atacante Centurión. Em 2017, ele foi acusado pela ex-namorada Melisa de violência verbal e física. Na época, ela publicou um vídeo dizendo que Centuríon a havia enforcado e quebrado três dentes seus.
Na época, o juiz do caso determinou que o atacante não poderia se aproximar da ex-namorada, e hoje Melisa possui um botão anti-pânico em caso de novas ameaças. A defesa de Centurión negou as agressões e disse que houve apenas uma discussão típica de um casal.
O exemplo do Vélez fez com que outros clubes se mobilizassem. O San Lorenzo anunciou mês passado que os novos contratos do clube terão a mesma cláusula.
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River Plate e Boca Juniors também trabalham na criação desse protocolo, mas ainda estão na fase de implementação do projeto.
Globo Esporte