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29/08/2020

Desentendimento no governo Bolsonaro ameaça combate contra desmatamento e queimadas

Foto: Reprodução

Vista aérea de incêndio na Amazônia brasileira, ao sul da cidade de Novo Progresso, em 16 de agosto de 2020

O governo brasileiro protagonizou na sexta-feira (28) um verdadeiro imbróglio, após o Ministério do Meio Ambiente anunciar a suspensão das operações de combate ao desmatamento na Amazônia e às queimadas devido a cortes orçamentários, antes de corrigir a informação. 

 

O primeiro comunicado ministerial gerou comoção ao indicar que “serão interrompidas a partir da zero hora de segunda-feira (31/08) todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do país”.

 

O motivo citado foi o boqueio, por parte de um órgão ligado ao Ministério da Economia, de cerca de 60 milhões de reais do orçamento do IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

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As reações ao comunicado foram imediatas e questionaram a política do governo do presidente Jair Bolsonaro, partidário da abertura da selva amazônia para atividades de mineração e e do setor agropecuário.

 

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, rapidamente desmentiu o anúncio e culpabilizou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por agir com “precipitação”.

 

“O ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer. Não vão ser bloqueados os 60 milhões entre Ibama e ICMBio”, afirmou Mourão, lamentando uma “polêmica que não deveria existir” criada por Salles.

 

Menos de duas horas após o primeiro comunicado, o Ministério do Meio Ambiente voltou a se pronunciar para retificar a informação, explicando que “houve o desbloqueio financeiro dos recursos do IBAMA e ICMBIO e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente”.

 

De acordo com Mourão, o governo “está buscando recursos para o auxílio” emergencial, que ajuda mensalmente milhões de brasileiros atingidos pelas consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus. Ainda segundo o vice-presidente, isso obriga “cada ministério a dar sua contribuição”.

 

A criação em janeiro do Conselho da Amazônia Legal, presidido por Mourão, depois da crise diplomática provocada pelo desmatamento recorde de 2019, tirou certo protagonismo de Salles na área ambiental.

 

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Em julho, o desmatamento na Amazônia diminuiu em 36% em relação aos níveis recordes de julho de 2019. Mas, no período de agosto 2019 a julho de 2020 (ano referência no calendário do desmatamento), o crime atingiu 9.205 km² da floresta, um aumento de 34,5% em relação aos 12 meses anteriores.

 

A WWF-Brasil lamentou “o absurdo cancelamento de todas as operações”, em um momento em que “os índices de desmatamento e incêndios na Amazônia aumentam, assim como os números de focos de fogo batem recordes no Pantanal”. A ONG afirmou que a decisão “reforça a mensagem que vem sendo emitida pelo governo federal de que o crime não será punido e, portanto, compensa”.

 

No Pantanal, o número de queimadas triplicou em agosto, em relação ao mesmo mês de 2019.


Revista IstoÉ

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