04 de Maio de 2024 - Ano 10
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10/04/2021

Elizabeth II fica sozinha frente à pior crise da família real desde a morte de Diana

Foto: Reprodução

Rainha britânica, de 94 anos, continua sendo uma figura altamente respeitada em um país cada vez mais polarizado

Ao prestar homenagem ao príncipe Philip na sexta-feira, o líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, disse que o duque de Edimburgo "acima de tudo será lembrado por seu extraordinário compromisso e ´por sua devoção à rainha". Elizabeth II é hoje a única instituição aprovada unanimemente pelos britânicos, em um momento em que o o Brexit, a pandemia e a polêmica figura de Boris Johnson polarizam o país. Aos 94 anos, a rainha enfrentará agora sozinha a tarefa de reerguer uma família real em sua pior crise desde a morte da princesa Diana em 1997.

 

Causou surpresa a descoberta de que, no dia em que Harry foi convocado para apresentar-se diante da rainha no Palácio de Sandringham para negociar sua ida para os Estados Unidos, Philip não estivesse presente. O marido de Elizabeth optou por se retirar momentos antes para a pequena fazenda onde passava cada vez mais seus dias. Ele havia decidido em agosto de 2017 que não teria mais uma agenda pública, e deixou tudo nas mãos das três figuras que representavam a continuidade monárquica: Elizabeth II, o príncipe Charles e o príncipe William.

 

Ao contrário do que aconteceu durante a crise com Lady Di, quando em todos os momentos a presença do duque de Edimburgo podia ser percebida nas ações da Casa Real, os conflitos deflagrados a partir do casamento entre o príncipe Harry e Meghan Markle têm sido tratados pela rainha com a ajuda de seu filho e de seu neto. Os britânicos ficaram sem saber o que Philip achava das acusações de racismo que o casal fez contra a família real. A chegada da pandemia, no entanto, reuniu Elizabeth II e o príncipe consorte novamente no Castelo de Windsor, e a monarca voltou a passar várias horas diárias com aquele por ela mesma descrito como "sua força e seu guia" por quase 70 anos.

 

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A morte de Philip colocou os britânicos diante de uma realidade inescapável: eles estão testemunhando os minutos finais de um longo período de estabilidade institucional. Mesmo a primeira-ministra da Escócia, a nacionalista Nicola Sturgeon, que tenta levar adiante uma aventura para alcançar a independência do país do resto do Reino Unido por meio de um novo referendo, transmitiu em sua sua mensagem de condolências seu apreço por décadas de permanência imutável: “O duque de Edimburgo tinha laços profundos e duradouros com a Escócia. Aqui ele morou no colégio Gordonstoun, e aqui passava o verão no Castelo de Balmoral ”, diz a nota. "Sua contribuição para a vida pública da Escócia deixará uma marca profunda nos cidadãos".

 

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Recordando-o como um dos poucos veteranos sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, Boris Johnson exaltou qualidades que a maioria dos britânicos, segundo pesquisas, atribuem ao reinado de Elizabeth II.

 

— A partir daquele conflito, ele adquiriu uma ética de serviço público que aplicou a todas as mudanças sem precedentes surgidas no período pós-guerra — disse num discurso o primeiro-ministro britânico.

 

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Fotos: Reproduções

 

Apesar da insistência de Downing Street em pedir aos cidadãos que respeitem as regras contra a pandemia de Covid-19 e não façam vigílias nem memoriais públicos, um intenso afluxo de pessoas manteve-se no portão do Palácio de Buckingham durante toda a sexta-feira e o sábado, com uma grande quantidade de flores ou de mensagens de pesares sendo entregues.

 

A morte de Philip acontece num momento em que o Reino Unido começa a ver as consequências amargas do Brexit, em que a Escócia parece mais determinada do que nunca a se separar e embarcar em um caminho solo e em que as ruas da Irlanda do Norte mais uma vez testemunham a violência sectária, como não acontecia há muitos há anos. Por outro lado, o sonho britânico de começar a deixar para trás o pesadelo da pandemia, que atingiu o país com mais virulência do que em outras nações europeias, começa a ganhar força.

 

A rainha e seu marido receberam a primeira dose da vacina no início de janeiro. O duque não teve tempo o bastante para terminar de receber os imunizantes. Se o costume britânico determina que a morte de um membro da família real é uma ocasião para expor a unidade do país, neste caso, em meio à pandemia, o funeral servirá na verdade para reacender a nostalgia. Não é a mesma coisa desfilar em Windsor para prestar uma última homenagem ao príncipe consorte e fazê-lo por meio do livro virtual de condolências que a casa real lançou na internet.

 

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A ausência de seu marido, dizem especialistas da família real, como a jornalista do The Times Valentine Low, levará Elizabeth II a delegar ainda mais as suas tarefas ao príncipe herdeiro, Charles, como ela já havia começado a fazer nos últimos anos . “Mas do ponto de vista da rainha, tudo continuará igualmente claro: ela é a soberana, ele é o herdeiro. O trono é ocupado por ela. Ela lê os relatórios [do governo] que chegam até ela na pasta de couro vermelho, preside a abertura das sessões parlamentares e tem audiências semanais com o primeiro-ministro”, escreveu Low. Em suas homenagens ao duque de Edimburgo, todos os políticos britânicos compreenderam que a sua principal tarefa era apoiar Elizabeth II incondicionalmente.

 

Fonte: O Globo

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