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Mulher
28/11/2019

Empreender depois de ser mãe pode ser mais desafiador do que mostram as redes sociais

Foto: Reprodução

Em pleno 2019, a maternidade é motivo de discriminação no mercado de trabalho, levando mães a perderem seus empregos. A inflexibilidade nas companhias motiva outras mães a se demitirem. Abrir o próprio negócio parece ser a luz no fim do túnel, porém, empr

O empreendedorismo materno no Brasil acontece muito mais por necessidade do que por escolha. A afirmação é embasada pela fala da empresária Ana Fontes, criadora da primeira e uma das maiores plataformas de apoio ao empreendedorismo feminino no país, a Rede Mulher Empreendedora (RME), que conta com 500 mil mulheres cadastradas.

 

“Muitas dessas mães veem no empreendedorismo a luz no fim do túnel após uma demissão”, diz a especialista. Essa percepção tão latente no dia a dia de Ana, que tem como missão ajudar as mulheres a terem sucesso em seus negócios, fica ainda mais clara quando é apresentada em números.

 

Pesquisa da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas, que contou com a participação de quase 250 mil mulheres, mostra que cerca de 50% perderam seus empregos um ano após o início da licença maternidade.

 

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Bianca e os dois filhos (Foto: Arquivo pessoal)

 

As que não são discriminadas diretamente por conta da maternidade, deixando de fazer parte do time das CLTs, muitas vezes se veem diante de um ambiente no qual é necessário trabalhar como se não tivessem filhos.

 

Reuniões são feitas justamente na hora de pegar as crianças na escola e não há flexibilidade de horários, que possibilite conciliar a rotina com os filhos pequenos. Esgotadas com a situação, muitas pedem demissão. Não à toa, a inflexibilidade de horários está no topo das motivações de 52% das mães que decidem abrir um negócio, segundo pesquisa feita pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora.

 

Foi o caso da designer de moda Bianca Pizzato, de Porto Alegre (RS), que abriu mão do emprego após o nascimento de Benjamin, 3. “Na época, estava fora de cogitação voltar a bater ponto, fazer hora extra e ficar o tempo todo disponível para a empresa. Pedi demissão e fui trabalhar com meus pais”, conta.

 

Já nos Estados Unidos, 43% das mulheres com alta escolaridade deixam o trabalho para cuidar dos filhos. “É uma hemorragia que deve ser estancada para que a discussão sobre equidade entre gêneros se torne legítima. Sinceramente não sei como esse tema ainda não recebe tanto destaque. Desconfio que seja porque as mulheres ainda sentem que o fracasso por não conseguirem conciliar carreira e maternidade seja delas”, reflete a jornalista Nathalia Fernandes, mãe de Sofia, 5, e Luca, 2, e autora do recém-lançado livro “Feminismo Materno – O que a Profissional Descobriu ao se Tornar Mãe” (Pólen Livros).

 

Nathalia e os filhos (Foto: Arquivo pessoal)

Fotos: Reprodução

 

Após sentir na pele a vergonha ao pedir demissão do emprego que foi resultado de uma formação acadêmica de dar inveja – além da graduação, Nathalia fez diversos cursos e um mestrado em Londres, onde vive há 10 anos - a jornalista voltou para casa sentindo que aquele era um fracasso pessoal.

 

“Levou tempo e precisei ganhar força e confiança para perceber que não são milhões de mulheres ao redor do mundo que estão erradas. A falha é de um sistema de trabalho ultrapassado, que foi criado por homens e para homens na década de 50, antes das imensas transformações tecnológicas das últimas décadas”, diz.

 

Mesmo avessa a correr riscos, Nathalia foi uma das mães que viu no empreendedorismo uma forma de estar mais perto dos filhos. “No ano passado, criei uma microempresa especializada em conteúdo e, após o período de adaptação, consigo trabalhar com mais flexibilidade.

 

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Um dos clientes me pede que eu vá uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias em seu escritório, mas fora isso o trabalho é todo feito remotamente e a comunicação através de e-mails e Skype. Trabalho quando meus filhos estão na escola e, às vezes, quando eles já foram dormir ou nos fins de semana, quando eles podem estar com meu marido. Está funcionando, mas não é um malabarismo simples até mesmo porque também como profissional autônomo, o fluxo de trabalho pode variar bastante”, relata.

 

Marie Claire

 

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