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09/12/2019

Filhos, como tê-los, como não tê-los?

Foto: Reprodução

Filhos, como tê-los, como não tê-los?

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

 

A frase é pinçada de uma música de Caetano Veloso e sintetiza, sem fechar questão nenhuma, algo como um conjunto de valores da pessoa e do que ela enxerga como sendo ruim ou prazeroso na vida dela, das opções feitas de modo consciente aos acontecimentos incontroláveis.

 

A maternidade, por exemplo, é uma situação que pode ou não ser de livre escolha.

 

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Exceto em situações nas quais o homem usa a força ou a vulnerabilidade feminina para penetrar a vagina e invariavelmente nela depositar seu sêmen (além de toda sua infâmia!), ter um filho como fruto de um relacionamento sexual, mesmo consentido, está na lista de sofrimentos e maravilhas de bilhões de mulheres no globo.

 

Numa matemática social que poderia ter como variável na equação o livre planejamento em ser mãe, o x da questão deveria, pelo menos, ser um dos principais direitos a ser medido quando está em jogo a formação e multiplicação do núcleo familiar.

 


Gerar um ser novo em folha requer química em dupla interpretação e cuidar dele até sua maioridade carrega em si um compromisso inalienável que recai, de forma quase contínua, em cima da mulher.

 

Se a gravidez é pensada e levada até o fim com amor, sublime amor, muito amor, encantos se somam. Melhor e desejável, inclusive, que o pai esteja junto nessa jornada para que uma família se estabeleça.

 

Imaginemos outra mulher e, na cabeça, a decisão de não ser uma mãe biológica, ao menos. Ela tem escolhas a serem feitas e, num relacionamento amoroso, a ação a ser tomada para nutrir sua experiência de felicidade a dois pode ser evitar a maternidade.

 

Neste exemplo, pílula anticoncepcional, laqueadura, vasectomia, tabelas, camisinha e outros tantos métodos de se evitar a gravidez entram no jogo.

 

Tudo normal se fosse numa sociedade funcional. Não temos isso. Esta mesma mulher, se num campo de vulnerabilidade social que pode se expressar na falta de dinheiro, de maturidade emocional ou de condições físicas somados a uma quantidade de filhos incompatível com o poder de bem servi-los em condições ideais, teria de ser acolhida pelo estado em suas necessidades a fim de que pudesse organizar-se em sua teia sem emaranhar-se num exercício de maternidade potencialmente complicado. Por exemplo, discutir a disponibilização da laqueadura neste e noutros casos afins faz sentido.

 

Uma pesquisa feita no começo desta década pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) constatou à época que mais de 55% das mulheres que tiveram filhos não haviam planejado a gravidez.

 

Por fora, ainda temos os milhares de abortos clandestinos anualmente ‘atestados’ Brasil afora. Falta de acesso à saúde, de educação sexual...e tem mais coisas aí.

 

Foto: Reprodução

 

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Não há julgamento de valor ou qualquer defesa de controle estatal da natalidade ou esterilização em massa. A liberdade constitucional de expressão de cada um neste país é um bem a ser mantido de forma permanente. Trata-se apenas de chamar a atenção ao debate necessário sobre um planejamento familiar que, de fato, funcione. 

 

R7

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