No discurso mais aplaudido do debate que reúne os presidentes e representantes de partidos de esquerda, presentes à comemoração dos 40 anos do PT, no Rio, o deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) afirmou neste sábado que a esquerda não tem apenas que resistir ao governo Bolsonaro.
“Temos que destruir o governo Bolsonaro. Resistir é ganhar tempo. Precisamos de algo mais que resistir”, disse Freixo, que qualificou o presidente como “esgoto” do sistema político brasileiro e criticou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, como alguém “perverso” e “estúpido”.
Ao fim do discurso para uma militância de quase 2 mil petistas, que se espremem na casa de shows Fundição Progresso, Freixo foi ovacionado como se estivesse diante de correligionários do seu partido, o Psol: “Prefeito, prefeito!”.
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Freixo afirmou que Bolsonaro não foi eleito por ser antipetista, mas por ser um candidato que se apresentou como antissistema, embora tenha carreira política desde 1988. “Ele nunca foi antissistema. Ele sempre foi o esgoto do sistema. Ele defendeu a legalização das milícias. O filho, que não deveria ter sido eleito senador, entregou uma Medalha Tiradentes (maior homenagem da Assembleia Legislativa do Rio) quando era deputado estadual, a um líder das milícias. Ele sempre representou o pior da política”, disse.
Críticas a Weintraub
Freixo criticou também Weintraub, qualificou o ministro de “perverso” e ironizou seus erros de português, ao mesmo tempo que defendeu o legado do educador Paulo Freire, frequentemente atacado por Weintraub e aliados de Bolsonaro.
Professor de história, Freixo lembrou que Freire foi uma das pessoas mais importantes de sua formação e que costumava usar o método do educador para alfabetizar adultos, entre eles presidiários. Freixo disse que Weintraub fala mal de Freire sem nunca ter entendido seu método de ensino. “Ele [Weintraub] também precisa ser alfabetizado pelo método Paulo Freire, não por seus erros de português, mas para conseguir ler o mundo. Ele é perverso e estúpido”, atacou.
Freixo articula sua candidatura a prefeito do Rio tendo a deputada federal petista Benedita da Silva como vice. Ao ver a receptividade dada a ele pelo PT, o presidente do PDT, Carlos Lupi, que durante seu discurso reforçou distanciamento da chapa de Freixo - o dirigente pretende lançar a deputada estadual Martha Rocha - abriu um sorriso um tanto sem graça. “Está bem, hein”.
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Também participaram do debate a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o do PSB, Carlos Siqueira, e a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), que foi candidata a vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à Presidência, em 2018.
Globo
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