25 de Abril de 2024 - Ano 10
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12/06/2020

Governo retira dados sobre violência policial de relatório sobre direitos humanos

Foto: Reprodução

No Rio, manifestação atirracismo critica violência policial

O Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos retirou os dados sobre violência policial do relatório divulgado pelo órgão sobre denúncias recebidas pelo governo federal por meio do Disque 100 referente ao ano de 2019. Os documentos anteriores, de 2018 e 2017, mostravam esse indicador e apontavam para o crescimento das denúncias de violações de direitos humanos cometidas por policiais. A retirada foi noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO. Segundo o ministério, os dados foram retirados devido a identificação de “inconsistências”.

 

O Disque 100 é um canal criado em 1997 e, desde 2003, está sob responsabilidade do governo federal. Atualmente, ele é administrado pelo MMFDH, sob o comando da ministra Damares Alves.


Anualmente, o ministério divulga um relatório que compila os dados de todos os tipos de violações registradas pelo Disque 100. Neste ano, no entanto, os dados sobre violações praticadas por agentes policiais não foi publicado.

 

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A retirada dos dados interrompeu uma série histórica que já tinha pelo menos três anos e que apontava para um crescimento da violência policial no Brasil.

 

Em 2016, segundo o MMFDH, o Brasil registrou 1.009 denúncias de violência policial. No ano seguinte, o crescimento foi de 30%, chegando a 1.319 denúncias. Em 2018, o crescimento foi de 24%, chegando a 1.637 denúncias.

 

A reportagem do GLOBO enviou questionamentos ao MMFDH sobre os motivos que levaram à retirada dos dados. O GLOBO indagou se a “inconsistência” nos dados apontada pelo MMFDH havia sido detectada apenas em relação à violência policial ou se havia afetado a divulgação de outros indicadores. Perguntou também se o ministério poderia divulgar algum documento que comprovasse a alegada inconsistência dos dados.

 

Como resposta, o MMFDH enviou apenas uma nota reafirmando que o motivo da exclusão dos dados sobre violência policial do relatório foi motivada por “inconsistência” nos registros e disse que não atendeu a nenhum pedido de “autoridade ou entidade”.

 

“Os dados referentes às denúncias de violações de Direitos Humanos tendo por suspeito agentes de segurança, não foram divulgados pois foram identificadas inconsistências em seus registros”, diz um trecho da nova.

 

“Desta forma, a opção de divulgação posterior foi técnica, para garantia da veracidade da informação, não ocorrendo qualquer pedido de não divulgação ou atraso por parte de qualquer autoridade ou entidade”, diz outro trecho da nota.

 

Ainda segundo o ministério, “há registros com marcador de suspeito como agente policial, mas na descrição as informações são contraditórias, assim como há registros que não possuem marcador mas as informações contém relação com violação supostamente praticada por agente policial”,

 

O Ministério disse que, para que “haja fidedignidade” dos dados, o ministério optou por não publicá-los para submetê-los a “estudo aprofundado” e posterior divulgação.

 

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O GLOBO indagou qual a previsão de divulgação dos dados sobre violência policial, mas o MMFDH não respondeu. 

 

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