Presidente Muhammadu Buhari durante Cúpula de Financiamento das Economias Africanas, em Paris
O governo da Nigéria anunciou nesta sexta-feira, em um comunicado, que suspendeu as atividades do Twitter no país mais populoso do continente africano, dois dias depois de a rede social ter retirado do ar uma mensagem do presidente Muhammadu Buhari.
“O governo federal suspendeu, por tempo indeterminado, as atividades do serviço de microblog e rede social do Twitter na Nigéria”, afirmou o Ministério de Informação e Cultura em um comunicado.No fim da tarde desta sexta-feira (início da tarde no Brasil), o site ainda funcionava no país, segundo afirmaram jornalistas da AFP na Nigéria. O comunicado oficial também foi publicado no perfil do ministério no Twitter. Questionado pela AFP, o conselheiro especial do ministério, Segun Adeyemi, disse apenas: "Esperem e verão".
Por sua vez, a plataforma afirmou em uma nota que está investigando a decisão "profundamente preocupante" do governo nigeriano e "vai dar atualizações" quando souber de mais informações.
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Na quarta-feira, o Twitter excluiu uma mensagem do presidente Buhari que ameaçava punir os responsáveis por uma onda de violência separatista no Sudeste da Nigéria, por considerar que o chefe de Estado violou as regras de uso da rede.
O ministro de Informação e Cultura de Buhari, Lai Mohammed, disse em uma mensagem à imprensa que, se o Twitter tem suas próprias regras, o presidente tem o direito de comentar a situação na Nigéria. Ele ainda acusou a rede social de tolerar as mensagens do chefe do grupo separatista que incentivam a violência.
PRESS RELEASE
— Fed Min of Info & Cu (@FMICNigeria) June 4, 2021
FG Suspends @Twitter Operations in Nigeria pic.twitter.com/7z5BQ0Mi3U
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A Nigéria é a maior democracia da África, mas o governo é acusado com frequência de violações dos direitos humanos. Em novembro de 2019, o governo decretou medidas mais rígidas para regular os meios de comunicação e combater o que chamou de desinformação nas redes sociais, ações que foram recebidas pela sociedade civil como uma restrição à liberdade de expressão.
Fonte: O Globo