Por Lúcio Carril - Quero abrir um debate sobre o tema: em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.
rnNão mete mesmo. Imagina se eu começo a discutir com minha companheira aqui no bairro popular da Redenção e todo mundo da rua se mete, tomando partido? Será um Fla-flu. Todo ser humano tem direito à sua privacidade e construir sua relação na divergência.
rnOutra coisa é a violência. Aí não precisa ser entre marido e mulher, mas entre qualquer ser humano. Se um pai espanca uma filha, deve ser denunciado. Um vizinho ou vizinha tem o dever de intervir. Não é diferente entre uma avó e uma neta, um avô e um neto, entre pessoas que se agridam.
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O que não dá pra admitir é a invasão de privacidade, na tentativa de acabar com a possibilidade de construção da relação humana na diversidade e na divergência, elementos imprescindíveis para o respeito e o amor.
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**Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.