15 de Junho de 2024 - Ano 10
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10/05/2024

Padre influencer demitido por engravidar fiel ganha cargo em subprefeitura de São Paulo

Foto: Reprodução

Marcos de Miranda perdeu a batina por ter tido filho com uma fiel de sua paróquia e foi nomeado chefe de gabinete da subprefeitura do Jaçanã

Um processo eclesiástico de mais de três anos foi encerrado em março, iniciado na Diocese de Santo Amaro e encerrado no Vaticano. O padre influencer Marcos de Miranda, de 47 anos, foi demitido da Igreja Católica por unanimidade.

 

Feito em novembro de 2022, um exame de paternidade determinado pela Justiça comprovou que o religioso é mesmo o pai do filho que teve com Rosi Silva, uma antiga fiel da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro paulistano de Pedreira, onde Miranda era o pároco. Desde março de 2021, a 7ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo havia determinado que o padre pagasse pensão alimentícia à criança, hoje com 5 anos, por se recusar a fazer teste de DNA.

 

No processo, Rosi incluiu inúmeras trocas de mensagens para comprovar o envolvimento amoroso entre os dois. Após dar entrada com duas queixas – na Justiça comum e no Tribunal Eclesiástico – ela e seu advogado passaram a receber ameaças anônimas por telefone exigindo que voltassem atrás. “Muita gente foi até a porta da minha casa dizendo que eu iria acabar com a carreira do padre”, lembra ela. Até a sua demissão da Igreja Católica, o valor de um terço de salário-mínimo era descontado da côngrua, nome da remuneração dos padres católicos, de Miranda a título de pensão alimentícia.

  

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O clérigo foi notificado de sua demissão no dia 26 de abril, quando a decisão iniciou os seus efeitos. “Com esta decisão, o Pe. Marcos perde, automaticamente, os direitos e obrigações próprios do estado clerical, bem como as dignidades e ofício eclesiásticos. Não poderá exercer ofício de direção no âmbito pastoral ou assumir qualquer responsabilidade de administração paroquial, bem como a celebração dos sacramentos”, diz a carta de demissão assinada por Antônio Henrique Alves dos Santos, padre e chanceler do bispado da Diocese de Santo Amaro. Em outras palavras, Miranda deixou de receber salário, saiu da casa paroquial e não pode mais realizar cerimônias religiosas em nome da Igreja Católica.

 

Embora estivesse tecnicamente afastado de suas atividades desde meados de 2021 em razão das investigações eclesiásticas, Miranda não estava longe da vida religiosa. Na prática, a Igreja Católica fazia vistas grossas a seu trabalho – ele seguia ocupando o púlpito semanalmente (sem usar estola ou ouvir confissões, mas dando a palavra no centro do Santuário Mãe de Misericórdia, na Zona Sul de São Paulo) e pedindo arrecadações. Ao lado do Santuário, funciona uma entidade assistencial chamada Associação Amigos de Fé.

 

A Diocese de Santo Amaro nega que Miranda pedisse dízimo após ter sido afastado para ser julgado. “O afastamento do padre era em vista da realização do procedimento. A associação não deixou de funcionar, pois ela é privada e o padre Marcos é o responsável legal pela associação e sua manutenção financeira, portanto as pessoas podem fazer doações livremente. Assim os valores arrecadados não eram para a Igreja Católica, mas para manutenção do espaço que tem natureza de assistência social”, contou, por e-mail, o padre Antônio Henrique.

 

Procurado pela piauí, o ex-padre Marcos de Miranda confirma o seu desligamento da igreja. “Roma achou por bem que fosse afastado em definitivo”, disse ele, por telefone. “Eu tenho que trabalhar para pagar pensão”, explicou, sem dar detalhes sobre o novo emprego.

 

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Antes mesmo de ter sido desligado da Igreja Católica, porém, o padre foi acolhido na política. Em 19 de maio do ano passado, quase um ano antes de ser formalmente comunicado sobre a sua saída da Igreja Católica, ele foi nomeado chefe de gabinete da subprefeitura do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, conforme publicado no Diário Oficial do Município. Passou esse período entre a cruz e a prefeitura, concomitantemente. O salário de Marcos de Miranda na administração municipal é de 19.882,84 reais. Ele não comunicou a mãe de seu filho sobre o novo patamar de remuneração.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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