26 de Abril de 2024 - Ano 10
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02/12/2020

Para Moro, novo trabalho não o afasta da pauta anticorrupção

Foto: Divulgação

Sergio Moro "poderá dizer o que pensa sobre o contexto nacional", afirmam seus novos empregadores

Recém-contratado como sócio-diretor da consultoria de gestão de empresas Alvarez & Marsal, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou que sua migração para a iniciativa privada não o afasta da agenda anticorrupção.

 

"As empresas não precisam esperar o Congresso ou o governo para dizer o que precisa ser feito. A minha ida para uma empresa como a Alvarez & Marsal segue a linha do que eu sempre defendi, que é importante nós adotarmos políticas de integridade e anticorrupção. Não há nenhum demérito em relação a se trabalhar por esses objetivos no setor público", disse Moro ao Estadão.

 

Responsável pela área que vai alocar o ex-ministro da Justiça, o executivo da M&A Marcos Ganut afirmou que as negociações com Moro levaram cerca de cinco semanas e envolveram rodadas de conversas com equipes no Brasil e no exterior. Segundo ele, não é novidade na empresa a contratação de egressos do setor público.

 

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"Nós temos pessoas que vieram do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com um background também de ter vivido de um ângulo diferente este processo de investigação", disse o executivo à reportagem. "Não é uma novidade para a empresa. Claro que a gente está falando de uma figura que tem uma expressão ainda maior para o nosso mercado."


Na A&M, Moro vai atuar na área de "Disputas e Investigações". O foco do trabalho será ajudar empresas no desenvolvimento de políticas antifraude e anticorrupção, governança de integridade e conformidade e políticas de compliance. "A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Tem de trabalhar dos dois lados", disse Moro.


O anúncio da contratação do ex-juiz da Lava Jato - feito no domingo passado - levantou a discussão sobre um possível conflito de interesses. Isso porque o rol de clientes atendidos pela consultoria inclui empresas investigadas na Lava Jato.

 

A A&M foi designada, por exemplo, como agente de recuperação judicial da Odebrecht - empreiteira que fechou acordo de leniência com a força-tarefa de Curitiba e teve dezenas de executivos que fizeram delação premiada, entre eles Marcelo Odebrecht, que foi condenado por Moro. A consultoria também trabalha na reestruturação da Queiroz Galvão e atende, ainda, a OAS e a Sete Brasil.

 

Cláusula

 

Moro e Ganut afirmaram que essa questão foi pensada antes da assinatura do contrato e, para evitar questionamentos, foi incluída uma cláusula que proíbe expressamente a atuação do novo sócio em qualquer caso que envolva empresas cujos processos tenham passado por ele nos tempos de magistratura.

 

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"Tanto eu quanto a A&M concordamos expressamente com essa cláusula. Nós estamos aqui para fazer a coisa correta, não o contrário. E o setor que atende essas empresas da Lava Jato é outro setor que não aquele em que eu vou trabalhar", disse o ex-ministro.

 

Fonte: Terra

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