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26/11/2020

Presidente do Bellator descarta Anderson Silva: 'Momento é de investir na nova geração'

Foto: Bellator MMA / Divulgação

Scott Coker Não quis contar com Anderson Silva e Fabrício Werdum em seu quadro de atletas

 Scott Coker, presidente do Bellator, descartou a contratação de Anderson Silva, que rescindiu contrato com o UFC, e explicou o motivo do desacerto com Fabrício Werdum, recém-contratado pela PFL e também ex-Ultimate. Em entrevista exclusiva ao Combate.com, Coker afirmou que o Bellator está focado no desenvolvimento de novos atletas e ídolos e não na contratação de estrelas já conhecidas do público.

 

- Anderson Silva é uma lenda do esporte, mas a nossa empresa está indo em outra direção. O foco hoje é desenvolver novos talentos, buscar novos atletas, jovens lutadores que possam virar ídolos. Isso é o que temos tentado fazer, usar nossos investimentos nessa nova leva. Anderson Silva fez tudo, construiu um legado absurdo para o esporte, não precisa de mais nada. Pessoalmente, acho que os lutadores têm muita dificuldade em aceitar que a hora chegou. Não tem vergonha na palavra aposentadoria. É difícil quando você ainda tem aquela chama e amor pelo esporte. Sou fã do Anderson, assisti às lutas dele, sou um grande fã do trabalho incrível que ele desenvolveu, tenho muito respeito por tudo o que ele conquistou. Ele é um verdadeiro mestre, desejo a ele tudo de melhor, mas, para nós, agora o momento é de investir na nova geração.

 

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No caso de Werdum, haveria o interesse do Bellator em promover apenas um duelo, uma revanche dele contra Fedor Emelianenko, lenda russa que foi finalizada pelo brasileiro em 2010. O lutador gaúcho, entretanto, estava em busca de um contrato mais longo.

 

- Eu amo o Werdum, ele é quase um membro da família, temos uma ótima relação desde o Strikeforce e a gente sempre quis promover a revanche com Fedor. Seria uma ótima luta, que os fãs ainda querem ver, mas acho que Werdum estava procurando um contrato maior e a gente achou que talvez não fôssemos a promoção certa pra isso - disse Coker, que não poupou elogios ao peso-pesado.

 

- Werdum tem uma carreira brilhante, não precisa provar nada para ninguém, já fez tudo. Foi o primeiro a derrotar Fedor, foi campeão em cima de Cain Velásquez, os adversários que ele derrotou são os melhores dos melhores. Mas, hoje, o Bellator está indo numa direção diferente, (...) então acabamos não conseguindo chegar a um acordo. Mas desejo a ele toda a sorte do mundo na PFL. Estou feliz que ele encontrou um lugar para continuar fazendo o que ama.

 

Fabricio Werdum finalizou Fedor Emelianenko no Strikeforce, em 2010 — Foto: Esther Lin/Strikeforce

Foto: Esther Lin / Strikeforce

 

O Brasil é o país com o maior número de cinturões do Bellator na atualidade. São quatro títulos sob o domínio de Patrício Pitbull (pesos pena e leve), Cris Cyborg (peso-pena) e Douglas Lima (peso-meio-médio). Presidente da companhia desde 2014, Coker, que também foi o fundador do extinto Strikeforce, comentou o futuro dos três campeões.

 

Scott Coker: Infelizmente, sim. Agora eles lutam em ligas diferentes e estão ocupados com outros adversários. Temos algumas lutas ainda para fazer com Fedor. Espero que, assim que a pandemia melhorar na Europa, a gente possa retomar essas duas lutas que faltam no contrato. O meu objetivo era que ele lutasse no Japão no ano passado. Deu certo, tivemos 22 mil pessoas na arena assistindo à luta dele, e aí queria que ele lutasse na Europa e depois em Moscou. Essa seria a despedida perfeita, a luta de aposentadoria na Rússia, com a família dele e os fãs fazendo uma grande festa, uma celebração à altura do ídolo que ele é. Mas a pandemia atrapalhou nossos planos. Eventualmente, ainda vamos retomar isso, porque Fedor é o maior peso-pesado de todos os tempos, e ele merece se despedir do esporte com esse reconhecimento, com o carinho dos fãs, com festa. Fazê-lo se aposentar agora no meio da pandemia seria muito anticlímax.

 

Patrício Pitbull acabou de defender o cinturão contra o Pedro Carvalho. Como você viu esse combate? Acha que ele tem recebido o reconhecimento que merece?

 

Patricio é o melhor peso-pena do mundo, qualquer pessoa que entende de luta sabe que não tem como duvidar disso. E não é de agora, ele é o melhor já faz tempo. Agora finalmente ele está recebendo esse reconhecimento e meu time de redes sociais diz que só agora as pessoas estão fazendo essa comparação dele com os campeões de outras ligas, mas eu não acho nem que é uma comparação válida. Eu tenho certeza de que o Patricio nocautearia o campeão da outra liga. A nossa divisão peso-pena claramente é muito competitiva, nós acabamos de contratar novas promessas e isso vai deixar a divisão ainda melhor do que a de qualquer outra promoção. Hoje, quando falamos em peso-pena, o Patricio é o melhor lutador do mundo. Não tem pra ninguém.

 

Patricio Pitbull comemora vitória em sua última defesa do cinturão peso-pena do Bellator, neste mês, contra Pedro Carvalho — Foto: Bellator

Foto: Bellator

 

O Patricio também é campeão do peso-leve. Dada a forma que o Bellator funciona, com esquema de GP, quando você acha que veremos ele defendendo o título dos leves?

 

O Patricio quase nem suou nessa luta contra o Pedro Carvalho, então espero que possamos retomar o GP no início do ano e quem sabe coroar o campeão em março ou abril para que ele possa defender o cinturão dos leves depois. Mas ouvi uma conversa de que se o Patricky Pitbull estiver próximo de disputar o cinturão dos leves, que ele pode deixar o caminho livre pro irmão conquistar o título. Isso foi o que o treinador deles me disse. Que família talentosa eles formam, né? E eles dão tudo de si em todas as lutas.

 

Você acha que algum dia veremos a revanche entre a Cris Cyborg e a Amanda Nunes?

 

Se algum dia o UFC quiser fazer, nós estamos dentro, mas na minha opinião isso nunca vai acontecer porque eles têm muito a perder. O único jeito dessa revanche acontecer é se algum dia a Amanda Nunes virar free agent (dona do seu próprio passe) e a Cyborg ainda quiser essa luta. Não sei quantas lutas a Amanda ainda tem no contrato, mas se ela for depender do UFC para liberar, acho difícil. É triste, porque essa é a luta que as pessoas querem ver. Se dependesse só de mim, faria de tudo para acontecer, mas não é assim. Eu já sei a resposta que viria do UFC.

 

Como você vê o futuro da Cyborg no Bellator?

 

Não tem como negar que a Cyborg é a melhor lutadora de todos os tempos, ela ficou 13 anos invicta, quem mais fez isso? Uma derrota não pode definir o legado dela, e eu, como o cara que iniciou a primeira divisão feminina da história do MMA, tenho como dizer isso: a Cyborg é a melhor e ainda está lutando em alto nível, demolindo as adversárias da mesma forma que demolia na época do Strikeforce. A velocidade e a precisão da Cyborg são muito melhores, ver as combinações que ela usa é algo fenomenal. Ela é a versão feminina do Mike Tyson e nada mais justo do que ter a revanche com a única lutadora que a nocauteou. Mas falando sobre Cris agora, eu acho que devemos dar a ela outra luta em breve. Nos próximos meses a Cat Zingano vai ter mais uma luta, e se ela vencer acho que merece a chance de enfrentar a Cris. Ainda temos a Julia Budd que quer enfrentar a Cyborg novamente… A Cris vai ter algumas opções. No UFC, ela tinha meninas peso-galo subindo para desafiá-la, aqui temos uma divisão de lutadoras do peso-pena e a tratamos como um membro da nossa família. A minha relação com ela é a mesma de dez anos atrás, tem sido uma experiência incrível.

 

Cris Cyborg, com o cinturão peso-pena do Bellator, cumprimenta Scott Coker após luta — Foto: Jayne Kamin-Oncea/Getty Images

Foto: Jayne Kamin-Oncea / Getty Images

 

E quanto ao Douglas Lima? Ele acabou de perder a disputa do cinturão vago do peso-médio, mas ainda é o campeão dos meio-médios.

 

O Douglas Lima é um dos meus lutadores favoritos hoje. Eu adoro a combinação de habilidades e o quanto ele é perigoso. Ele perdeu para o Gegard Mousasi, que é um matador, está aí lutando há séculos, mas é um cara muito duro, que adora desafios, que aceitou enfrentar um cara da categoria de cima só para se desafiar. E quer saber? Achei que ele foi bem. Se ele tivesse tido mais volume de golpes e tivesse se movimentado mais, talvez levasse aquela luta, porque o Gegard não conseguia andar, saiu de muleta aquele dia. E o Douglas conseguiu acertar muitos golpes dentro da guarda, os chutes estavam funcionando, mas senti que nos primeiros rounds ele se segurou um pouco e acabou sendo derrubado. Ele se saiu bem na divisão de cima, mas nos meio-médios eu acho que o Neiman Gracie pode ser um bom desafio para ele, é interessante porque o Douglas tem um estilo que talvez case bem com o do Neiman.

 

Já estamos em novembro, o ano passou voando. Quais os planos pra 2021?

 

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Acho que vamos continuar realizando eventos na bolha (contra o coronavírus) por um bom tempo. Mesmo que tenhamos a vacina, até que ela seja distribuída e que todo mundo tenha acesso, eu acho que vai levar mais seis a oito meses pelo menos. Então a minha esperança é que, talvez no começo de 2021, a gente continue fazendo eventos com a bolha de segurança. Depois, perto do verão aqui no Hemisfério Norte (final de junho), espero que a vacina já esteja sendo distribuída em larga escala e que possamos começar a fazer eventos com a presença de público, vendendo ingressos, e que a gente consiga voltar a ter um pouco de normalidade nos nossos eventos também, com a presença dos fãs.


Fonte: Globo Esporte

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