26 de Abril de 2024 - Ano 10
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Política
15/10/2019

Presidente do PSL, Luciano Bivar é alvo de busca em investigação sobre uso de candidatura laranja nas eleições

Foto: Divulgação

Suspeita é que representantes do partido desviaram para outros fins parte do dinheiro destinado a candidatas na eleição de 2018

 A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do deputado federal Luciano Bivar, presidente do PSL, em Jaboatão dos Guararapes (PE), nesta terça-feira (15).

 

A operação apura o uso de candidatura laranja pelo partido do presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018. Também foram cumpridos mandados na sede do PSL em Pernambuco e em uma gráfica (veja vídeo acima).

 

Ao todo, o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) autorizou nove mandados para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE). Todos os nove já foram cumpridos.

 

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A ação busca saber se houve fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres – ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados em campanhas femininas. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro foi desviado e usado por outros candidatos.

 

O advogado de Bivar e do PSL divulgou nota afirmando estranhar a operação em um momento de "turbulência política" – nos últimos dias, Bolsonaro atacou o PSL, ameaçou deixar o partido e foi criticado por Bivar (entenda a crise mais abaixo). A PF e o TRE em Pernambuco não quiseram comentar a declaração.


"A defesa enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral. Ainda na visão da defesa, a busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política", diz a nota, assinada pelo escritório de advocacia de Ademar Rigueira.

 

Mais cedo, Rigueira afirmou ao G1 que a defesa vai colaborar com as investigações da PF e criticou a busca e apreensão. "É um absurdo completo. Esse inquérito está se arrastando há muito tempo, tudo foi esclarecido, não havia necessidade alguma dessa busca e apreensão. O delegado está fazendo uma pescaria para encontrar alguma coisa", afirmou o advogado.

 

Os mandados de busca foram cumpridos em endereços nos seguintes bairros do Recife:

 

Torre,


Rosarinho;


Madalena;


Ilha do Retiro;


Afogados;


e São José.


Em Afogados, fica uma gráfica. Já a sede local do PSL é no bairro de São José.

 

Além desses locais, a PF seguiu para o apartamento de Bivar, em Piedade, no Grande Recife, e para mais dois endereços na cidade de Amaraji, na Zona da Mata Sul do estado.

 

Foram apreendidos celulares, notebooks e pendrives nos endereços no Recife e em Jaboatão. Na gráfica, a PF recolheu documentos.

 

Edifício onde mora o deputado federal Luciano Bivar, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife — Foto: Elvys Lopes/TV Globo

Foto: Reprodução

 

Candidatura suspeita


A PF não informou qual candidatura é o alvo da operação desta terça, mas uma das investigadas, desde fevereiro, é a de Lourdes Paixão, que recebeu R$ 400 mil da direção nacional do PSL, terceira maior verba concedida pelo partido. A candidata a deputada federal obteve 274 votos em 2018.

 

O dinheiro do fundo partidário foi enviado a Lourdes pela direção do PSL, que tinha como presidente, na época, Gustavo Bebianno. Após as eleições, Bolsonaro o nomeou ministro da Secretaria-Geral da Presidência, mas ele foi demitido depois das primeiras reportagens sobre as candidaturas de laranjas.

 

Em fevereiro, o advogado de Lourdes informou que o dinheiro repassado pelo partido foi usado para a confecção de adesivos e santinhos.

 

Lourdes informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter contratado uma gráfica para imprimir esses materiais de campanha. Mas, no endereço da empresa, o G1 encontrou uma oficina de funilaria. Os funcionários dessa oficina afirmaram que ela está no edifício pelo menos desde março de 2018 – antes da campanha eleitoral.

 

A gráfica citada por Lourdes é um dos alvos de busca e apreensão da operação desta terça.

 

Crise entre Bivar e Bolsonaro

 

Nos últimos dias, Luciano Bivar e o presidente Jair Bolsonaro têm protagonizado uma disputa na cúpula do PSL.


Após Bolsonaro orientar um apoiador a esquecer o partido e dizer ao homem que Bivar está "queimado pra caramba", o presidente da sigla disse que o presidente da República estava "afastado".

 

A declaração de Bolsonaro ao apoiador ocorreu em uma manhã na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília, enquanto o presidente cumprimentava simpatizantes. O homem se apresentou como pré-candidato do PSL em Pernambuco e disse estar junto com Bolsonaro e Bivar.

 

“Cara, não divulga isso, não, cara. O cara [Bivar] tá queimado para caramba lá. Entendeu? E vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara. Esquece o partido”, afirmou o presidente na ocasião.


Após Bivar tomar conhecimento da declaração e criticar Bolsonaro, o presidente não chegou a deixar o partido oficialmente. No entanto, na sexta-feira (11), o ex-ministro do TSE Admar Gonzaga, que advoga para Bolsonaro, solicitou acesso a dados financeiros do PSL. O objetivo é saber como Bivar está manejando as contas da legenda.


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Investigações em Minas Gerais


Apesar de não ser alvo da operação desta terça, outro nome importante do PSL que tem sido citado no caso dos laranjas é o do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Ele é ex-presidente do diretório do partido em Minas Gerais e suspeito de ter coordenado um esquema de quatro candidaturas de laranjas no estado nas eleições de 2018.


O ministro segue no cargo mesmo após ter sido indiciado pela Polícia Federal, junto de outras dez pessoas, no início de outubro.

 

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Álvaro Antônio foi indiciado por crime eleitoral de omissão na prestação de contas de campanha e pelo crime de associação criminosa. A suspeita é que, no estado, o partido tenha inscrito candidatas mulheres sem a intenção de que elas fossem, de fato, eleitas.

 

G1

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