Rainha de bateria Pâmella Gomes fala de racismo em ano que Tom Maior celebra negritude: ‘Luta constante’

Pâmella Gomes, 28 anos, tem um motivo a mais para representar a bateria da escola de samba Tom Maior este ano. Com o enredo “É coisa de preto”, a escola da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, vai falar do legado de negritude, da resistência e da luta por igualdade do povo negro.

“Através do nosso enredo podemos gritar e contar a nossa verdadeira história, usando o que é nosso, o samba, para exaltar quem criou e lutou por essa cultura negra. Já sofri racismo inúmeras vezes, infelizmente! Acredito que o Brasil está melhorando, mas ainda tem muita coisa para mudar, é uma luta constante”, afirma Pâmella.

Representatividade é algo importante para Pâmella. Ela frequenta a Tom Maior desde seus 3 anos de idade. São 26 anos de história com a escola, onde ela é considerada parte da comunidade.

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Foto: Alex Pires / Divulgação

“Representar o coração da minha escola é de extrema importância para mim no cenário atual, em que o sambista vem cada vez mais perdendo o seu espaço. Das 14 escolas de samba do Grupo Especial, apenas duas rainhas são da comunidade. Eu sou uma delas. Cabe a mim preservar e lutar para manter nossa cultura”, afirma ela, citando Aline Oliveira, rainha da Mocidade Alegre.

Na Tom Maior, Pâmella já foi da ala das crianças, rainha mirim, madrinha mirim, destaque de chão, princesa de bateria e finalmente ocupa o cargo de rainha de bateria desde 2013.

“Passei de menina para mulher dentro da escola, vivi momentos em que só queria sambar e me divertir e com o tempo veio a maturidade e a responsabilidade! Agora além de sambar e me divertir, venho apresentando o coração da escola.”

Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Apesar da experiência, Pâmella diz que ainda sente frio na barriga antes de entrar na avenida.

“Sempre a cada ano é uma adrenalina diferente! Não consigo só olhar para minha fantasia e pensar no meu momento. Eu penso na escola e fico feliz e ansiosa ao mesmo tempo. Quero ver todos radiantes naquele dia. Sem contar que também fico vibrando pela minha família que também desfila na mesma escola que eu”, conta ela.

Foto: Alex Pires / Divulgação

Além de rainha, Pâmella está todos os domingos no “Domingão do Faustão” como bailarina há quase 4 anos. Ela se formou em Artes Cênicas em 2019 e este ano vai iniciar uma faculdade de jornalismo.

“Começo 2020 começo com o pé direito! Quero ampliar meus conhecimentos na área de comunicação, pela qual sou apaixonada. Mas não me imagino fora do carnaval, sou nascida e criada no samba!”

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Produção: Bruno Oliveira
Assistente de produção: Andy Luiz e Renan Acacio.
Make e Visagismo: Claudinei Hidalgo e Gil Oliveira 

Foto: Alex Pires / Divulgação

Foto: Alex Pires / Divulgação

G1