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Simão pessoa vai contar a história do reggae em Manaus
Foto: Divulgação

Em março deste ano, o escritor Simão Pessoa teve um projeto aprovado na Lei Rouanet (Projeto nº 240704 do PRONAC), para a produção de 1.000 exemplares do livro “Manaus-Babilônia e o Reggae da Periferia Zion”, que será distribuído gratuitamente para a população manauara.

 

O projeto também contempla uma versão audiolivro do produto, que será doada para o acervo da Biblioteca Braille do Amazonas, podendo ser reproduzida gratuitamente em novas cópias para os interessados. Como parceiros-financiadores dessa aventura, estão a Ventisol da Amazônia e o Grupo Samel.

 

A partir de sua música e de suas mensagens de positividade, o reggae apresentou ao mundo um diálogo intercultural, mobilizando, através das interações musicais com diferentes estilos e gêneros de diversos territórios e matrizes étnicas, o soerguimento da musicalidade afrodiaspórica do Terceiro Mundo, do qual o exemplo mais conhecido é o samba-reggae baiano. Isso sem precisar necessariamente priorizar a sua reafricanização, tampouco negar a riqueza da existência do Outro.

 

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“Aqui em Manaus, essa interface com a diversidade de sons no cotidiano dos jovens da periferia foi o combustível que alimentou as engrenagens do estilo reggae caboclo, como uma expressão da descolonização dos gêneros musicais tradicionais do Ocidente”, diz o escritor. “Portanto, o reggae pode ser compreendido aqui como uma música popular manauara, por ter suas bases estéticas mobilizadas, por um lado, pela mistura entre as diversas culturas sonoras no mundo, por outro, por trazer em suas sonoridades a vivência de uma população que busca resistir, pela música, às agruras da desigualdade social e às duras condições de sobrevivência na Babilônia metropolitana em que se transformou a capital amazonense.”

 

No parecer técnico do Ministério da Cultura (MinC), homologado pelo Conselho Nacional de Incentivo Cultural (CNIC), o parecerista assim se manifestou:

 

“O produto se propõe um diálogo intercultural, mobilizando, através das interações musicais, com diferentes estilos e gêneros de diversos territórios e matrizes étnicas. Iniciativa importante de promoção da diversidade cultural, educação e combate a discriminações étnicas. O livro Manaus-Babilônia e o Reggae da Periferia Zion é uma obra que traz aspectos interessantes sobre a construção sócio-histórica de Manaus, enviesado com a originalidade da ocupação da diáspora africana naquele território.

 

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A narrativa é envolvente e cativante, ensinando sobre a construção da cidade através da revelação de que a influência africana-indígena está para além da presença de escravizados e explorados. O autor demonstra domínio do tema abordado, apresentando argumentos bem fundamentados e uma linguagem acessível. Os capítulos estão coerentes com o propósito de organizar as ideias e dar ao leitor um progressivo entendimento sobre os motivos pelos quais se deram as desigualdades sociais e exploração local até chegar à manifestação cultural que cria um ambiente de resistência e memoria cultural.”

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