Casos nos EUA subiram para mais de 2 mil e o número de mortos ultrapassa 40
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou estado de emergência no país — "duas palavras muito grandes" — para enfrentar a epidemia do novo coronavírus, garantindo que até US$ 50 bilhões sejam distribuídos aos estados e locais específicos para ajudar no combate à pandemia da doença.
Trump, que vem sendo criticado pela falta de acesso aos testes, também prometeu disponibilizar por meio de um parceria com o sistema privado mais 1,4 milhões de exames até a semana que vem e até cinco milhões até o fim do mês. Não ficou claro, no entanto, se os testes serão gratuitos.
Os casos nos EUA subiram para mais de 2 mil, mesmo com os testes escassos, e o número de mortos ultrapassa 40. A estimativa é de que os números possam crescer exponencialmente, como aconteceu na China, Itália e Coreia do Sul.
Veja também
Michelle Obama vem a São Paulo em abril para evento de inovação digital
No começo da semana, o presidente já havia anunciado a suspensão todos os voos da Europa para os Estados Unidos por 30 dias, em razão da pandemia. Em resposta, diversos turistas americanos correram a aeroportos na Europa para tentar voltar ao país.
Trump invocou a Lei Stafford, que capacita a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) a coordenar a resposta a desastres e ajudar os governos estaduais e locais.
— É uma grande quantidade para que os estados lutem contra essa doença. Todos os estados terão apoio de companhias médicas e vão trabalhar diretamente comigo. Estou pedindo a todos os estados que estabeleçam centros de operações de emergência efetivos imediatamente — disse o presidente. — Pode piorar. As próximas oito semanas serão críticas.
Durante pronunciamento, o republicano também pediu para todos os hospitais e centros médicos ativarem seus planos de emergência. Acusado de subestimar a crise, ele também detalhou os esforços do governo para para acelerar a produção de kits de teste, numa parceria com o sistema privado. Mas reiterou que só devem fazer os exames aqueles que se encaixam nos critérios.
— Nós não queremos todos fazendo o teste, isso é totalmente desnecessário. Vamos mudar muitas das antigas regras, especificações e regulações.
Trump ainda anunciou que o governo federal irá renunciar aos juros dos empréstimos estudantis e ordenou que o Departamento de Energia aproveitasse os baixos preços do petróleo para completar a Reserva Estratégica do país.
Enquanto Trump anunciava as medidas, a Câmara dos Representates dos EUA, liderada pelos democratas, apresentava um pacote de ajuda a coronavírus apesar da oposição do presidente. O projeto prevê testes gratuitos e duas semanas de licença médica e familiar remunerada para as pessoas afetadas pelo vírus.
— Só podemos derrotar esse surto se tivermos uma determinação precisa de sua escala e escopo — disse a líder democrata Nacy Pelosi em um discurso televisionado antes da entrevista coletiva de Trump.
Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez também anunciou que irá declarar formalmente estado de emergência no sábado. O governo de Portugal, por sua vez, decretou estado de alerta para mobilizar o serviço de proteção civil, a polícia e o Exército em seus esforços para controlar a pandemia. Com o objetivo de limitar a propagação do vírus, o governo português aprovou quase 30 medidas de exceção, dentre elas a interdição de praias no Norte do país e o fechamento, a partir de segunda-feira, de creches, escolas e universidades.
Mais cedo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que a Europa é o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus. De acordo com o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falou nesta sexta-feira em uma videoconferência, os casos registrados no continente "já superam a soma de todos os outros países do mundo, com exceção da China".
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatApp.
Entre os 10 países com mais casos, sete estão na Europa. Depois da Itália, a Espanha é a quinta, com 4.334, e a Alemanha está no sexto lugar, com 3.156, seguida pela França, com 2.882.
O Globo