Vai morrer muito mais gente por uma economia que não anda do que por coronavírus, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro pediu à população que não se apavore por conta do coronavírus. E disse que é preciso proteger a economia para que ela não pare, o que em sua opinião pode matar muito mais gente do que a pandemia de covid-19, que está se alastrando pelo país.

“A minha mensagem é para que não se apavorem. Nós vamos ter que passar por essa onda. Agora, se o pânico chegar no meio da população, tudo fica pior. Nós estamos preocupados com a questão humanitária, de vidas. Mas também com a questão econômica”, disse o presidente.

“Se o Brasil parar vai ser o caos. Vai morrer muito mais gente fruto de uma economia que não anda do que do próprio coronavírus.”
Bolsonaro anunciou que fará uma entrevista coletiva com todo o seu ministério, às 14h30 de amanhã, para falar sobre a doença.

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E disse que está costurando também um encontro com chefes de outros poderes. Ele disse já ter falado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Também serão convidados o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Davi Alcolumbre (DEM-AP), para as 20h30 de amanhã.

“É para a gente demonstrar a todos vocês que estamos unidos para combater o bom combate em uma causa comum, que é a questão do vírus, que vai chegar, já chegou, mas não há motivo para pânico”, afirmou.

Bolsonaro disse que está “na pauta” uma ajuda às companhias aéreas, afetadas pela pandemia. E que “talvez” Guedes anuncie uma medida nesse sentido.

“Fica muito mais caro se você não colaborar [com as empresas]. Demissões virão e quando tem demissão todo mundo perde. O patrão tem que pagar encargos, fica o seguro desemprego”, disse.

“Nossa legislação é complexa. Quando manda embora, a mesma empresa só pode contratar a mesma pessoa seis meses depois. Se nós tivéssemos uma legislação trabalhista mais simples, ficar menos difícil enfrentar uma crise como essa.”

O presidente voltou a pedir que não haja histeria, “porque se for para a histeria, ficar todo mundo maluco, as consequências serão as piores possíveis”.

“Tem locais que tem saque acontecendo. Isso pode vir para o Brasil. Pode ter uma aproveitamento político em cima disso”, disse. “Tem que ter calma, vai passar. É como uma gravidez, um dia vai nascer a criança. O vírus ia chegar aqui um dia e acabou chegando.”

O presidente também comentou que não será possível diminuir o déficit fiscal na velocidade com que vinha ocorrendo nos últimos anos.

“A ideia era diminuir, como estamos diminuindo drasticamente de 2018 e 2019. E agora não vai ser tão diminuído assim, porque senão a gente estoura o teto [de gastos]”, disse.

O Globo