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30/07/2021

Velocistas cobertas dos pés à cabeça correm por sonho e inspiração nos 100m

Foto: Christian Petersen/Getty Images

Iraniana, saudita e afegã ficam longe do pelotão da elite nas Olimpíadas de Tóquio 2020, mas buscam ser inspiração para os jovens de seus países

A prova dos 100m do atletismo é a mais nobre de toda a programação das Olimpíadas porque é nela que se define quem são a mulher e o homem mais rápidos do planeta. A distância também carrega sonhos que vão além dos centésimos de segundo que decidem os atletas que levarão o ouro, a prata e o bronze.

 

As eliminatórias da manhã desta sexta-feira, o primeiro dia do atletismo nos Jogos de Tóquio, ilustraram bem essa máxima. No pelotão diametralmente oposto ao de jamaicanas, norte-americanas, africanas e europeias, mulheres simples tentavam conquistas menos vistosas, mas também muito importantes.

 

A saudita Yasmeen Aldabbagh terminou sua série com a marca de 13s34, mais de dois segundos e meio mais lenta do que a marfinense Marie-José Ta Lou, líder das classificatórias com 10s78. Ao contrário das velocistas mais rápidas do mundo, que usam trajes mais curtos para facilitar a performance, Yasmeen vestiu o hijab (indumentária que a cobre da cabeça aos pés, de acordo com os preceitos do Islamismo).

 

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- Eu escolho correr com o hijab, para mim é um motivo de orgulho usá-lo. Não acho que ele me prejudica. Ele representa os valores do meu país – disse velocista, que não avançou para as semifinais, ao ge.

 

Yasmeen Aldabbagh nos 100m — Foto: Ryan Pierse/Getty Images

Yasmeen Aldabbagh nos 100m — Foto: Ryan Pierse/Getty Images

 

A Arábia Saudita só permitiu que uma mulher competisse nas Olimpíadas pela primeira vez em 2012. Na ocasião, a judoca Wodjan Ali Seraj Abdulrahim Shahrkhani marcou a estreia em Londres. Aos poucos, segundo Yasmeen, as atletas femininas têm conquistado espaço.

 

- Meu maior objetivo é inspirar jovens mulheres sauditas a entrar no maior número de esportes possível. Que no futuro elas possam conquistar medalhas em eventos internacionais. Muitas mudanças aconteceram recentemente no meu país em termos de empoderamento feminino. Hoje, há equipamentos esportivos sendo construídos para formar atletas e mais técnicos sendo contratados – comentou.

 

O progresso, contudo, ainda vem em passos lentos. Essa foi apenas a terceira corrida oficial de Yasmeen em provas internacionais de 100m. Nada que a abale, porque ela já traçou outro objetivo:

 

- Eu tenho muito pela frente, espero que Paris 2024 esteja no caminho.

 

Um pouco mais veloz, a afegã Kimia Yousofi completou sua série em 13s29, um novo recorde nacional. Motivo para orgulho? Negativo.

 

- Não foi muito bom. Na verdade, foi muito ruim, saio muito frustrada – disparou.

 

Poderia ter sido o calor, na casa dos 28ºC, a razão para o desempenho abaixo do esperado. Principalmente pelo fato de também correr totalmente coberta. Mas Kimia minimizou a relação.

 

- Não tenho dificuldade para correr com o hijab, porque já treino com ele. Eu estou acostumada com a vestimenta nos treinamentos.

 

Ainda no bate-papo, aos pouquinhos a adrenalina abaixou e ela começou a dizer o quanto ter uma representante no evento de maior audiência global no ano pode impactar para a juventude do seu país.

 

- Para as mulheres afegãs, competir nas Olimpíadas é um sonho. Acho que posso dizer que as represento – afirmou.

 

A iraniana Fasihi Farzaneh nos 100m — Foto: Michael Steele/Getty Images

A iraniana Fasihi Farzaneh nos 100m (Foto: Michael Steele/Getty Images)

 

A iraniana Fasihi Farzaneh, de 28 anos, chegou a jogar vôlei pela seleção de seu país, mas nos últimos anos se dedicou ao atletismo. É a única mulher da equipe de atletismo em Tóquio. No Estádio Olímpico, cravou 11s79.

 

- Todo dia pensava a respeito dos Jogos Olímpicos, e agora estou aqui. Eu espero que isso dê um impulso para outras garotas no Irã. Lá há muitas garotas talentosas, mas que precisam evoluir, crescer no esporte e ter oportunidades para crescer física e emocionalmente - afirmou.

 

O Irã é um dos países mais fechados no que diz respeito à abertura de oportunidades para as mulheres no esporte. Fasihi espera que, com as passadas largas e a coragem, isso mude.

 

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- Nós temos talento, precisamos de chance – afirmou.

 

Fonte: Ge

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