Computador pode conter toda a memória das atividades da facção criminosa com 200 mil cadastrados
Na manhã desta quinta-feira (25), a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal fez revista de extensão das ações da operação La Muralla para busca e apreensão de materiais e equipamentos de propriedade dos criminosos presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O principal resultado foi a apreensão de um notebook que seria usado pela facção criminosa comandada pelo traficante Zé Roberto da Compensa, que domina o tráfico de drogas e é a principal responsável pelos homicídios cometidos no Estado.
De acordo com declaração do delegado Rafael Caldeira à imprensa, a DRE tinha informações da existência desse notebook desde a primeira revista pela operação La Muralla, mas que não foi encontrado. Agora, com novas informações, os policiais foram no local indicado e encontraram o aparelho no forro de uma das celas do pavilhão 2, o dos presos do regime fechado.
Material apreendido com o comando da facção criminosa que opera
desde o Compaj tem até manual da doutrina e regimento interno
Saiba mais
24/11/2015
No Compaj, presos já tinham túnel para fuga e roteador de internet wi-fi
Zé Roberto, comandante de exército de 200 mil criminosos, diz ele
(Fotos: Divulgação)
Caldeira destacou a importância desse item para as investigações da La Muralla porque nele estaria a “memória” das atividades criminosas praticadas pelo grupo, que se vangloria de ter mais de 200 mil associados em toda a região Norte, todos cadastrados com nomes e apelidos, e também o local onde deve atuar na distribuição de droga.
Além do notebook, foram apreendidos, como na revista anterior, roteadores wi-fi de internet, cabos de conexão, aparelhos celulares, muita droga e perfumes contrabandeados.
Luxuosos carros que desfilavam pelas ruas de Manaus conduzidos
por criminosos da facção que domina os presídios do estado
Associação no grupo e batismo com chefes
A história da quantidade de membros associados ao grupo criminoso aparece em interceptações telefônicas que teriam sido feitas pela Polícia Federal durante a preparação para a La Muralla. Nela, Zé Roberto se vangloria de ser o chefe de uma nação de criminosos de mais de 200 mil seguidores, com domínio de vários setores da sociedade, incluindo o sistema prisional do Amazonas.
Segundo noticia um jornal local, privilegiado pelo relatório da operação La Muralla, todo traficante preso no Amazonas era apresentado aos líderes da facção de Zé Roberto, para ser forçado a aderir ao grupo, saber como deveria se portar dali para a frente e também para se inteirar do regimento interno da “família” que ele agora passava a integrar. Se se negasse a isso, não integraria nenhum outro grupo. Seria executado.