Por Lúcio Carril - Acordo com sinal de fumaça, mas logo vejo que não é fogo e sim uma chama que se apagou.
Passo o dia amparado por minhas lágrimas. Já não são águas: minhas muletas agora são feitas dessas secreções que pingam tristeza e saudade.
À noite albucio minha indignação contra as mortes calculadas pelo genocida de plantão. Meus gritos se misturam ao choro de lamento por quem se foi.
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Durmo, e ainda sonho com o mundo que luto, sem luto.
O sol volta a aparecer e novos sinais de fumaça me chamam para sorrir.
Ao olhar pela janela vislumbro a esperança. Ela acena e lembra Neruda: caramba. A primavera é inexorável.
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**Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.