Apoiador de Donald Trump dentro da rotunda do Capitólio, ao lado da estátua de Gerald Ford, nesta quarta-feira
Algumas das principais plataformas de mídia digital tomaram medidas inéditas para restringir a circulação de vídeos e mensagens publicados por Donald Trump com teor favorável aos invasores do Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira, apagando conteúdo produzido pelo presidente. À noite, o Twitter, rede social preferida de Trump, o baniu por 12 horas, até ele excluir por conta própria conteúdo considerado de incitação à violência.
À noite, Trump disse em um tuíte: “Estas são as coisas e eventos que acontecem quando uma vitória eleitoral esmagadora e sagrada é e cruelmente, sem cerimônia alguma, retirada de grandes patriotas que foram mal e injustamente tratados por tanto tempo. Vá para casa com amor e em paz. Lembre-se deste dia para sempre!“.
Inicialmente, o Twitter restringiu as interações com as mensagens rotuladas como incitadoras da violência, impedindo que fossem retransmitidas ou tivessem respostas.
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Mais tarde, a rede social simplesmente apagou a mensagem de Trump, somando ao todo três exclusões. Pouco depois, a rede social o proibiu de postar por 12 horas.
Em uma série de mensagens, o Twitter disse que Trump, ao contrário do público, ainda pode ter acesso às mensagens. Para voltar a poder postar em sua conta, no entanto, ele precisa deletá-las, ou então permanecerá banido. Caso Trump volte a postar conteúdo considerado de incitação à violência, o Twitter disse que o banirá definitivamente.
"Como resultado da situação violenta sem precedentes e contínua em Washington, exigimos a remoção de três tuítes que foram postados hoje por violações repetidas e graves de nossa política de integridade cívica. Você não pode usar os serviços do Twitter com a finalidade de manipular ou interferir em eleições ou outros processos cívicos. Por isso, ficará bloqueado por 12 horas até a remoção desses tuítes. Se os tuítes não forem removidos, a conta permanecerá bloqueada. Futuras violações das regras do Twitter, incluindo nossas políticas de Integridade Cívica ou Ameaças Violentas, resultarão na suspensão permanente do serviço", disse o Twitter, em uma série de mensagens.
A rede social acrescentou que "continuaremos avaliando a situação em tempo real, incluindo o exame da atividade no terreno e as declarações feitas no Twitter. Manteremos o público informado, inclusive se for necessária uma escalação adicional em nossa abordagem de aplicação".
Uma das mensagens apagadas foi um vídeo, também deletado por Facebook e o YouTube, no qual o presidente tentava deslegitimar o resultado da eleição presidencial depois que seus apoiadores invadiram o Capitólio dos Estados Unidos.
No vídeo, Trump pediu para os manifestantes voltarem para casa, mas insistiu na teoria falsa de que a eleição foi roubada, e manifestou grande empatia pelos manifestantes, dizendo que são "muito especiais".
— Eu entendo a sua dor, eu entendo a sua dor. Tivemos uma eleição que foi roubada de nós. Foi uma vitória esmagadora e todos sabem disso, especialmente o outro lado — disse Trump. — Mas você tem que ir para casa agora. Precisamos ter paz. Temos que ter lei e ordem.
Trump culpou seus adversários pela violência, e declarou amor àqueles que invadiram o Capitólio:
— Não podemos fazer o jogo dessas pessoas. Precisamos ter paz. Então vá para casa. Nós te amamos; vocês são muito especiais.
A fiscalização é rara nas três plataformas, especialmente em Facebook e YouTube. Outras mensagens, na qual Trump pede por respeito "à lei e ordem", não foram tiradas do ar.
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Desde o começo da pandemia, publicações de Trump com mensagens que contrariam a ciência tinham sido marcadas como conteúdo enganoso, mas esta é a primeira vez que mensagens do presidente são diretamente apagadas pelas redes sociais e que ele recebe uma ameaça direta de ser banido do Twitter.
Fonte: O Globo